Folha de Londrina

Irã é prioridade de Netanyahu em viagem pela Europa

- Diogo Bercito Folhapress Madri, Espanha -

O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, inaugurou nesta segunda-feira (4) sua turnê pela Europa para convencer os líderes do continente a abandonar o acordo nuclear com o Irã. Em quatro dias, ele deve passar pelas principais capitais: Berlim, Paris e Londres.

O trato com o Irã foi assinado em 2015 pelo ex-presidente americano Barack Obama e por representa­ntes da Alemanha, França e Reino Unido, além da Rússia e da China. A administra­ção de Donald Trump, no entanto, decidiu abandonálo em maio, alegando que Teerã não está cumprindo com a sua parte e mantém os planos de ter um arsenal nuclear - ele não apresentou provas para confirmar sua afirmação.

O acordo segue em vigor, apesar de enfraqueci­do, porque as principais potências europeias insistem em mantê-lo. Justamente por isso Netanyahu quer convencer esse bloco econômico a deixá-lo.

“Vou discutir dois assuntos: Irã e Irã”, afirmou Netanyahu.

Segundo o jornal israelense “Jerusalem Post”, a mensagem do premiê vai ser de que seu país não tolerará o programa nuclear iraniano ou sua presença militar na Síria. “Vou dar ênfase a esta verdade imutável: Israel não deixará que o Irã obtenha armas nucleares”, alertou. Mas as chances de que o israelense tenha sucesso em sua empreitada diplomátic­a são baixas. Seus interlocut­ores serão a chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente francês, Emmanuel Macron, e a primeira-ministra britânica, Theresa May, todos defensores do acordo nuclear. Eles argumentam que o Irã por ora seguiu o combinado - algo dito também pela Agência Internacio­nal de Energia Atômica, responsáve­l pelo monitorame­nto.

As potências europeias afirmam ainda que o acordo é a melhor maneira de garantir que o Irã não vai investir em seu temido arsenal. Será difícil, porém, que a Europa consiga manter sozinha o tratado.

A contrapart­ida oferecida pelo acordo original de 2015 era a de eliminar as sanções econômicas anteriorme­nte impostas ao Irã.

Com o retorno ao país das empresas internacio­nais e do dinheiro que estava congelado no exterior, a comunidade global esperava convencer Teerã e sua população de que é vantajoso interrompe­r o programa nuclear. Essa tese está ameaçada desde que Trump retirou os EUA do tratado.

O presidente francês, Emmanuel Macron, disse recentemen­te que a posição americana “não é séria” e que as empresas europeias precisam ter a oportunida­de de manter as suas atividades no Irã, a despeito dos EUA.

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Mandel Ngan/AFP EUA afirmaram que têm dois terços dos votos em favor de uma resolução que não reconheça o resultado das eleições venezuelan­as
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