INOVAÇÃO
Desenvolvidas no Paraná, soluções buscam a eficiência no atendimento em restaurantes self-service e o combate ao desperdício de alimentos, por exemplo
Startups paranaenses desenvolvem soluções tecnológicas para restaurantes e entusiastas da cozinha
Na alimentação dentro ou fora de casa, há oportunidades para empresas do setor de tecnologia. De olho nesse setor, startups do Paraná estão desenvolvendo soluções tecnológicas para agilizar o atendimento em restaurantes ou para estimular as pessoas a cozinharem aproveitando ao máximo os alimentos que possuem em casa, por exemplo. “O setor de alimentação é um dos mais tradicionais, assim como o agronegócio. Isso pode parecer a princípio uma desvantagem por causa da resistência a alguns tipos de mudanças, mas é uma grande oportunidade de implantar novas soluções”, comenta Lucas Ferreira, consultor do Sebrae Londrina.
Uma startup de Pato Branco, a Mogo Sistemas, desenvolveu um robô para restaurantes self-service. O Mogô, como é chamado, é capaz de recepcionar os clientes com frases diferentes, pesar o prato, entregar as comandas e desejar uma boa refeição. Com a comanda em mãos, o cliente pode fazer outros pedidos ao garçom e fazer o pasem gamento no caixa ao final da refeição. A ideia é proporcionar mais agilidade ao atendimento, além de economia para as empresas.
O robô tem sido testado com sucesso em um restaurante de Pato Branco e a startup já abriu a pré-venda de cem unidades. De acordo com André Neckel, que concebeu Mogô junto ao sócio, Flávio Medeira, conta que o robô já conquistou clientes do restaurante onde está em teste. “É divertido porque é diferente.” Mais que uma atração nos estabelecimentos Mogô reúne em um só equipamento a balança, o computador e a impressora de comandas e representa algo que, na visão dos empreendedores, é uma grande oportunidade no setor de alimentação – o autoatendimento. “O setor de alimentação ainda tem muito para evoluir na área de autoatendimento”, disse Neckel.
A Mogo Sistemas, criadora do robô, nasceu com o desejo de criar um aplicativo de para que os clientes pudes- fazer seu próprio pedido da mesa. A ideia ainda está de pé, mas entrou em desenvolvimento só agora porque os sócios perceberam, em 2012, que os restaurantes sequer possuíam um sistema de gestão. A empresa então resolveu começar criando esse tipo de sistema para que então o aplicativo e outros produtos como o robô pudessem ser integrados. Quando o aplicativo ficar pronto, o cliente poderá pesar seu prato no Mogô, fazer outros pedidos pelo app e pagar também pela ferramenta móvel.
CONTRA O DESPERDÍCIO
Em Londrina, Luiz de Paula, que possui uma agência de desenvolvimento de sistemas e aplicativos há 13 anos, desenvolveu uma rede social gratuita com o objetivo de combater o desperdício de alimentos, chamada de Kozinhar. Trata-se de uma ferramenta colaborativa, em que os usuários compartilham receitas do dia a dia. A rede social possui uma ferramenta chamada Combinar, que busca receitas que contêm ingredientes informados pelo usuário, por ordem de maior aproveitamento do alimento. “Cada vez que uma pessoa cadastra uma receita, aumentam as possibilidades de combinações”, explicou Luiz de Paula. “É como se fosse um Waze das receitas”, diz, referindo-se à ferramenta de trânsito em que as pessoas colaboram informando as melhores rotas nas cidades.
O mecanismo de busca do app permite ainda procurar receitas usando filtros de quantidade de ingredientes, categorias, nível de dificuldade, nome ou tipo de dieta. Um leitor próprio de QR Code escaneia o código de produtos e busca receitas que podem ser preparadas com o item.
O usuário também pode curtir, “favoritar” e avaliar as receitas do aplicativo e acumular pontos e conquistas na rede. Outro recurso é um livro pessoal de receitas, contendo receitas do usuário e favoritas de outros usuários. Mas o grande objetivo, segundo de Paula, é oferecer cursos básicos de gastronomia de custo acessível para os usuários, recurso que ele pretende oferecer no app em breve.
Amante da culinária, Luiz de Paula já se candidatou duas vezes ao Master Chef. Nas duas tentativas, ficou entre os 70 melhores, o que não foi o suficiente para ser classificado. Na televisão, os programas de gastronomia têm chamado a atenção das pessoas e criam um mercado ávido por novas experiências gastronômicas, e por que não, com a ajuda da tecnologia. Agora, de Paula se prepara para a terceira tentativa de entrar no Master Chef, e enquanto isso aposta no aplicativo como forma de compartilhamento de receitas. “Foi por acaso. Fiz uma viagem com minha esposa e em um restaurante em Maceió algo me despertou. A ideia é compartilhar conhecimento e usar como uma forma sistemática de evitar o desperdício.”