Desmatamento da Amazônia: Brasil precisa reagir
Um dos países mais devastados do mundo, o Brasil continua gerando notícias negativas quando o assunto é a conservação da Floresta Amazônica. Um levantamento feito pelo MPF (Ministério Público Federal) identificou, entre agosto de 2016 e julho de 2017, na Amazônia Legal, 2,3 mil pessoas ou empresas associadas a desmatamentos ilegais com área igual ou superior a 60 hectares. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (6) e mostram que foram mapeados 1.550 polígonos, que somam uma área de 162 mil hectares nos nove estados da Amazônia Legal.
Das 1.550 áreas desmatadas, 54 estão localizadas em unidades de conservação federal, 18 em terras indígenas e 644 em glebas federais. Segundo o MPF, 567 polígonos, o que corresponde a 36% do total, registram algum tipo de embargo dos órgãos ambientais.
Esse números mais recentes fazem parte da segunda etapa do projeto Amazônia Protege, desenvolvido desde o ano passado pelo Ministério Público Federal. Na primeira fase, lançada em novembro de 2017, foram instauradas 1.088 ações civis públicas contra 1.001 pessoas físicas e jurídicas. Os pedidos de indenização somam R$ 2,4 bilhões.
O Amazônia Protege usa imagens de satélite produzidas pelo Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal. Os responsáveis pelos desmatamentos foram identificados por meio do cruzamento com bancos de dados públicos, tendo como recorte áreas iguais ou superiores a 60 hectares. As informações serão enviadas ao MPF para servir de base para ações civis públicas que podem gerar indenizações na ordem de R$ 2,6 bilhões.
Há muitos fatores que colocam o Brasil nessa incômoda posição de um dos países que mais cometem crimes ambientais. A falta de fiscalização e a impunidade estão entre esses fatores. O desmatamento é um problema global e um dos mais graves da atualidade, diretamente ligado ao aquecimento global. Não existe uma solução fácil e o Brasil tem o dever de reagir e se esforçar para cumprir o que foi acordado em tratados internacionais, como o de Paris, de 2015. Se nada for feito, o mundo estará se distanciando cada vez mais de uma solução para o problema das mudanças climáticas.
O desmatamento é um problema global e um dos mais graves da atualidade, diretamente ligado ao aquecimento global”