EXPO JAPÃO -
Nos 110 anos da Imigração Japonesa no Brasil, evento em Londrina promove a divulgação da cultura nipônica para as novas gerações.
Passear pela Expo Japão que este ano comemora os 110 anos da Imigração Japonesa no Brasil (1908-2018) - é a possibilidade de ver de perto o melhor da arte, cultura e gastronomia oriental. Tradicional evento do calendário de Londrina, é considerado um dos mais importantes do estado, que é o segundo do país com maior número de descendentes, atrás somente do estado de São Paulo. A região de Londrina (abrangendo cidades ao redor como Assaí, Arapongas, Rolândia, Ibiporã, Cambé, Uraí) forma uma comunidade com mais de 40 mil descendentes. Por isso mesmo, o evento tem o objetivo de preservar e divulgar a cultura japonesa, mantendo os valores e tradições para as novas gerações. A festa termina neste domingo (10), na Acel (Associação Cultural e Esportiva de Londrina), das 10h às 22h, e é realizada pela ação de cerca de 200 voluntários.
Logo na entrada, estandes que se distribuem em aparelhos de tecnologia, arranjos de flores (ikebanas), árvores em miniatura (bonsais), cosplays, roupas típicas, massagens orientais, técnicas de beleza, doces, artigos de decoração. Definitivamente, uma explosão de cores e apetrechos para aguçar os olhos dos visitantes ávidos por novidades e, ao mesmo tempo, pelas tradições milenares. Quem consegue passar por essa etapa sem deixar alguns reais, chega ao pavilhão central, onde está a Praça de Alimentação com comidas da culinária oriental e acontece grande parte da programação artística, reunindo dança tradicional (bon-odori), dança contemporânea (yosakoi soran), o Matsuri Dance, batuque dos taikôs (tambores japoneses), além de apresentações de artes marciais, como Shorinji Kempô, e muita música da cultura oriental.
No auge de seus 80 anos, Toshiko Kamei Endo se preparava, mais uma vez, para a dança Murakami Buyo, junto com outras senhoras do grupo Kumamoto Fujimbu. Aos poucos, vão colocando peça por peça da ornamentária da apresentação. “Por baixo vai esta espécie de saia e colete que são para proteger e não sujar o quimono. Já esta aqui é uma meia bem resistente, para ser usada com o chinelo tradicional”, explica carinhosamente com seu português arranhado sobre as peças da vestimenta. Logo em seguida, com delicadeza, embala o corpo com o quimono. “Existe uma maneira correta para vestir”, completa, amarrando a faixa que completa o visual. Ela e outras senhoras apresentaram uma coreografia folclórica que representa a colheita do chá.
MÚSICA
Sem dúvidas, a técnica vocal usada pela cultura japonesa é conhecida por sua perfeição e afinação na execução das notas que vão além do famoso karaokê. Com um estilo próprio, o cantor Nobuhiro Hirata arrancou passos e coreografias do público presente, ora cantando enka, música japonesa que mistura sons tradicionais japoneses com melodias ocidentais, ora cantando pop e músicas infantis japonesas. “Cada estilo de música japonesa possui uma técnica diferente. O que me motiva é continuar a levar a cultura japonesa e a alegria para as pessoas por meio do canto”, diz ele que, por muitos anos, cantou no Concurso Brasileiro de Canção Japonesa, organizado pelo Abrac (Departamento de Canto da Associação Brasileira de Canção). “Muitos talentos são revelados nestes eventos”, conta.
Neste sábado, os portões serão abertos para o público às 10h. Na programação, demonstração de tênis de mesa e de artes marciais, apresentações de dança de vários grupos, taikô, desfile cosplay e de trajes típicos japoneses, entre outros. No domingo (10), a programação artística contará com dança Nanchu Soran, da Província de Hokkaido, às 13h; Banda Pokoretto, às 14h15, entre outros. Destaque também para o show com a premiada cantora lírica Susana Sano, que coleciona prêmios conquistados no Brasil e no exterior, e que acontecerá às 19h15.
Cada estilo de música possui uma técnica diferente”