Folha de Londrina

PT diz que manterá candidatur­a de Lula mesmo sem registro

Em Minas, partido fez “lançamento oficial” pedindo a liberdade do petista; em carta, ex-presidente afirma que candidatur­a é “o compromiss­o da minha vida”

- Daniel Weterman Agência Estado São Paulo -

O PT recorreu à Justiça Federal em Curitiba para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dê entrevista­s e faça pronunciam­entos como candidato a presidente da República mesmo estando preso há dois meses e condenado pela Operação Lava Jato. Além disso, a presidente nacional do partido, senadora Gleisi Hoffmann (PR), afirmou nesta sexta-feira (8), que Lula será candidato ainda que a Justiça Eleitoral negue o registro de sua candidatur­a.

“Lula está com seus direitos políticos em exercício. Ele tem direito a falar, a se manifestar”, disse Gleisi, ao justificar o pedido feito à Vara de Execuções Penais da Justiça Federal. A presidente da legenda concedeu uma entrevista coletiva em Contagem (MG), onde o partido promoveu nesta sexta-feira um ato de “lançamento oficial” da pré-candidatur­a de Lula ao Planalto.

Mesmo se a Justiça negar a possibilid­ade, disse Gleisi, a campanha continuará. “Vamos fazer campanha independen­temente das falas do presidente, ele vai escrever e todas as lideranças vão falar por ele.”

A senadora disse que o Tribunal Superior Eleitoral ( TSE) não poderia negar o registro de Lula, mesmo com o petista condenado em segunda instância e podendo ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa. “Enquanto tem recursos fundamenta­dos nas instâncias superiores, teria que ser feita a candidatur­a. Nós poderíamos definir inclusive que ele faça a disputa sem o registro”, disse

Na tese de Gleisi, Lula poderia ir para a urna, ser eleito e diplomado enquanto seus recursos não são julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O PT, afirmou a presidente, está formulando um parecer levantando casos de outros políticos que tiveram suas situações jurídicas revertidas após a eleição e tomaram posse. brasileiro”, o ex-presidente declarou que será candidato do PT à Presidênci­a da República e que um reencontro com o povo brasileiro só não ocorrerá se ele morrer. “E assim vou me preparando, com fé em Deus e muita confiança, para o dia do reencontro com o querido povo brasileiro. E esse reencontro só não ocorrerá se a vida me faltar”, escreveu Lula.

Lula considera uma candidatur­a este ano como “o compromiss­o da minha vida” e, na carta, acenou para a Justiça Eleitoral, que julgará eventual registro de sua candidatur­a. O partido pretende registrá-lo como candidato no dia 15 de agosto.

“Sou candidato porque acredito, sinceramen­te, que a Justiça Eleitoral manterá a coerência com seus precedente­s de jurisprudê­ncia, desde 2002, não se curvando à chantagem da exceção só para ferir meu direito e o direito dos eleitores de votar em quem melhor os representa”, diz o manifesto.

O petista alegou ser inocente do processo sobre o triplex do Guarujá e disse que se considera um preso político. O PT sustenta que outros candidatos já tiveram suas situações judiciais revertidas após eleições e conseguira­m tomar posse. Lula alega que deveria recorrer à condenação em liberdade e que foi preso “pelo único motivo de que me chamo Luiz Inácio Lula da Silva”. Ele disse ter certeza que a Justiça fará “prevalecer a verdade”. forças democrátic­as de todo o Brasil, respeitand­o a autonomia dos partidos e dos movimentos, mas sempre tendo como referência um projeto de País mais solidário e mais justo, que resgate a dignidade e a esperança da nossa gente sofrida. Tenho certeza de que estaremos juntos ao final da caminhada.”

MANIFESTO AO POVO Em uma carta apresentad­a como “Manifesto ao povo

ALIANÇAS Em uma referência a alianças com outros partidos de esquerda, Lula disse ter certeza que forças aliadas terminarão unidas na campanha eleitoral. “Temos de unir as REDES SOCIAIS

Para reforçar o lançamento, o PT começou a vincular nesta quinta-feira, 7, nas redes sociais um jingle que pede a liberdade de Lula e o apresenta como “solução” para problemas do governo Michel Temer. “Chama que o povo quer, chama que o homem dá jeito”, diz a música executada em um vídeo com imagens de portas de empresas fechando, da greve dos caminhonei­ros, e, na sequência, do discurso de Lula em São Bernardo do Campo (SP) antes de se entregar à Polícia Federal e da manifestaç­ão de apoiadores em Curitiba.

Lula está com seus direitos políticos em exercício. Ele tem direito a falar, a se manifestar”

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