PT diz que manterá candidatura de Lula mesmo sem registro
Em Minas, partido fez “lançamento oficial” pedindo a liberdade do petista; em carta, ex-presidente afirma que candidatura é “o compromisso da minha vida”
O PT recorreu à Justiça Federal em Curitiba para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dê entrevistas e faça pronunciamentos como candidato a presidente da República mesmo estando preso há dois meses e condenado pela Operação Lava Jato. Além disso, a presidente nacional do partido, senadora Gleisi Hoffmann (PR), afirmou nesta sexta-feira (8), que Lula será candidato ainda que a Justiça Eleitoral negue o registro de sua candidatura.
“Lula está com seus direitos políticos em exercício. Ele tem direito a falar, a se manifestar”, disse Gleisi, ao justificar o pedido feito à Vara de Execuções Penais da Justiça Federal. A presidente da legenda concedeu uma entrevista coletiva em Contagem (MG), onde o partido promoveu nesta sexta-feira um ato de “lançamento oficial” da pré-candidatura de Lula ao Planalto.
Mesmo se a Justiça negar a possibilidade, disse Gleisi, a campanha continuará. “Vamos fazer campanha independentemente das falas do presidente, ele vai escrever e todas as lideranças vão falar por ele.”
A senadora disse que o Tribunal Superior Eleitoral ( TSE) não poderia negar o registro de Lula, mesmo com o petista condenado em segunda instância e podendo ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa. “Enquanto tem recursos fundamentados nas instâncias superiores, teria que ser feita a candidatura. Nós poderíamos definir inclusive que ele faça a disputa sem o registro”, disse
Na tese de Gleisi, Lula poderia ir para a urna, ser eleito e diplomado enquanto seus recursos não são julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O PT, afirmou a presidente, está formulando um parecer levantando casos de outros políticos que tiveram suas situações jurídicas revertidas após a eleição e tomaram posse. brasileiro”, o ex-presidente declarou que será candidato do PT à Presidência da República e que um reencontro com o povo brasileiro só não ocorrerá se ele morrer. “E assim vou me preparando, com fé em Deus e muita confiança, para o dia do reencontro com o querido povo brasileiro. E esse reencontro só não ocorrerá se a vida me faltar”, escreveu Lula.
Lula considera uma candidatura este ano como “o compromisso da minha vida” e, na carta, acenou para a Justiça Eleitoral, que julgará eventual registro de sua candidatura. O partido pretende registrá-lo como candidato no dia 15 de agosto.
“Sou candidato porque acredito, sinceramente, que a Justiça Eleitoral manterá a coerência com seus precedentes de jurisprudência, desde 2002, não se curvando à chantagem da exceção só para ferir meu direito e o direito dos eleitores de votar em quem melhor os representa”, diz o manifesto.
O petista alegou ser inocente do processo sobre o triplex do Guarujá e disse que se considera um preso político. O PT sustenta que outros candidatos já tiveram suas situações judiciais revertidas após eleições e conseguiram tomar posse. Lula alega que deveria recorrer à condenação em liberdade e que foi preso “pelo único motivo de que me chamo Luiz Inácio Lula da Silva”. Ele disse ter certeza que a Justiça fará “prevalecer a verdade”. forças democráticas de todo o Brasil, respeitando a autonomia dos partidos e dos movimentos, mas sempre tendo como referência um projeto de País mais solidário e mais justo, que resgate a dignidade e a esperança da nossa gente sofrida. Tenho certeza de que estaremos juntos ao final da caminhada.”
MANIFESTO AO POVO Em uma carta apresentada como “Manifesto ao povo
ALIANÇAS Em uma referência a alianças com outros partidos de esquerda, Lula disse ter certeza que forças aliadas terminarão unidas na campanha eleitoral. “Temos de unir as REDES SOCIAIS
Para reforçar o lançamento, o PT começou a vincular nesta quinta-feira, 7, nas redes sociais um jingle que pede a liberdade de Lula e o apresenta como “solução” para problemas do governo Michel Temer. “Chama que o povo quer, chama que o homem dá jeito”, diz a música executada em um vídeo com imagens de portas de empresas fechando, da greve dos caminhoneiros, e, na sequência, do discurso de Lula em São Bernardo do Campo (SP) antes de se entregar à Polícia Federal e da manifestação de apoiadores em Curitiba.
Lula está com seus direitos políticos em exercício. Ele tem direito a falar, a se manifestar”