Folha de Londrina

Tarifa chinesa surpreende indústrias de frango

- Camila Turtelli, Lu Aiko Otta Fernando Scheller Agência Estado

SEM PLANO Não há plano sobre o que fazer caso MP do tabelament­o não seja aprovada no Congresso a tempo e perca a validade. O risco disso acontecer é elevado, segundo se avalia no governo. A mesma disputa São Paulo e Brasília

(Colaborara­m Sandra Manfrini e Lorenna Rodrigues)

-O anúncio de tarifas de até 38% para a entrada de frango brasileiro na China pegou os exportador­es de surpresa e levou à forte queda das ações da BRF, empresa mais dependente da venda desse produto ao país asiático. Os papéis ordinários da dona de Sadia e Perdigão caíram 7,49%, para R$ 21,51. Também afetada pela medida, a JBS fechou em alta de 4,14%, a R$ 8,80. A diferença é que a JBS tem capacidade industrial nos EUA, país que está ganhando acesso ao mercado chinês justamente no momento em que ele se fecha para o Brasil.

Oficialmen­te, o Ministério do Comércio chinês afirmou que as restrições impostas ao produto brasileiro estão ligadas à tentativa do país de reerguer a indústria local, que estaria sendo prejudicad­a pela “invasão” da carne de frango brasileira. A investigaç­ão se refere aos anos de 2013 a 2016. No ano passado, porém, as vendas brasileira­s para a China já caíram mais de 20%, para US$ 800 milhões.

O processo para a imposição de restrição ao frango brasileiro começou em agosto do ano passado. No meio do caminho, em fevereiro, a China derrubou tarifas para o frango produzido nos Estados Unidos. Segundo fontes do setor, isso pode ser um sinal de que o “pedágio” para o Brasil pode ser uma moeda de troca em um momento em que o presidente americano, Donald Trump, endurece o discurso contra o país asiático.

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