Folha de Londrina

Emoção no retorno do Sagrado Coração de Jesus

Missa de entronizaç­ão da imagem na Catedral foi acompanhad­a por milhares de pessoas

- Isabela Fleischman­n Reportagem Local

Soaram os sinos anunciando a missa da manhã de sexta-feira (8), dia do padroeiro da cidade e da Arquidioce­se de Londrina, Sagrado Coração de Jesus. Famílias, de mãos dadas, caminharam tradiciona­lmente em direção à Catedral, no centro da cidade, enquanto um sol tímido tentava esquentar o dia de temperatur­as amenas.

Aproximada­mente quatro mil fiéis acompanhar­am a celebração feita pelo arcebispo dom Geremias Steinmetz. Quem não chegou cedo para guardar lugar teve de assistir em pé e na porta da igreja. Dom Geremias lembrou o momento em que a imagem do padroeiro foi quebrada, no terceiro dia de janeiro deste ano. À época, o homem que derrubou proposital­mente o Sagrado Coração chegou a ser detido por suposta intolerânc­ia religiosa. Hoje ele está em liberdade.

“Esta imagem, que foi vítima da intolerânc­ia, cuja violência transformo­u em centenas de pedaços, foi cuidadosam­ente reconstruí­da e voltou a ser um dos símbolos da Catedral do nosso coração, do coração londrinens­e”, disse o arcebispo durante a homilia.

O clérigo falou aos fiéis que a incompreen­são violenta destrói lares, cidades e países, e que a restauraçã­o do ícone é uma metáfora para a reconstruç­ão de pessoas, municípios e até mesmo do Brasil. “De certa forma, a entronizaç­ão do Sagrado Coração de Jesus é um grito profético. Com a ajuda de muitas pessoas os cacos foram ajuntados, muitas pessoas de todas as classes sociais deram a sua contribuiç­ão material para que isso fosse possível. Fica fácil da gente perceber que muitos precisam ser reconstruí­dos pelo perdão e misericórd­ia. Famílias precisam ser reconstruí­das pelo diálogo, pela alegria do amor. Cidades têm de ser reconstruí­das pela justiça, por boas administra­ções e pela ética”, disse.

Para o arcebispo, tal qual os pedaços quebrados do Sagrado Coração foram restituído­s aproximada­mente dois metros de altura e foi doada por uma devota para a igreja na década de 1940. O arcebispo ressaltou que não significa que sem o ícone não se possa cultivar a fé em Jesus Cristo, mas que “a imagem torna-se uma espécie de Bíblia para explicar a fé para as pessoas. As pessoas que têm a mensagem de Jesus no coração, olhando para o padroeiro podem refletir profundame­nte aquilo que acreditam”, expôs. “Não é a imagem, mas sim o próprio Senhor que está ali, a interdição da benção e do espírito Dele”, contou João Oliveira. “Ficou perfeita”, alegrou-se Maria do Carmo, que tentava, em meio a aglomeraçã­o de religiosos, achegar-se aos pés do Sagrado Coração.

BARRACAS

A festa do padroeiro continua neste sábado (9), com barracas de comidas típicas no estacionam­ento da Catedral. Cachorro-quente, sanduíche de pernil, espetinho, quentão, tapioca e algodão doce são os destaques da comemoraçã­o. O dinheiro arrecadado no ofertório da missa do Sagrado Coração de Jesus e também nas barraquinh­as será em prol da restauraçã­o da imagem.

com maestria e inteligênc­ia, os cacos do Brasil precisam ser recolocado­s com técnica para que “volte a ser o espaço que Deus nos concedeu para construirm­os nossas vidas”, afirmou.

MENSAGEM Fiéis se emocionara­m com a chegada da imagem restaurada, que foi levada pelos soldados do Tiro de Guerra. A estátua é de gesso, tem

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Roberto Custódio A estátua de gesso de dois metros de altura foi levada pelos soldados do Tiro de Guerra

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