Folha de Londrina

A difícil tarefa de unificar os sistemas de segurança

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Com o objetivo de melhorar a segurança pública, o Brasil acaba de unificar as polícias e os sistemas de segurança. Nesta segunda-feira (11), o presidente Michel Temer sancionou a lei que cria o Susp (Sistema Único de Segurança Pública), modelo pelo qual as instituiçõ­es federais, estaduais e municipais devem atuar em conjunto e compartilh­ar informaçõe­s, treinament­o e planejamen­to.

De autoria do Executivo, a proposta aprovada pelo Senado no dia 16 de maio determina a padronizaç­ão dos registros de ocorrência e investigaç­ões, criando um banco de dados nacional sobre o crime, nos mesmos moldes do DataSUS, da saúde. Essa normativa é um avanço e o compartilh­amento de informaçõe­s é visto com bons olhos por especialis­tas. A questão é fazer funcionar. Os resultados dependem de uma normatizaç­ão e da prontidão em alimentar o sistema com as informaçõe­s.

Em entrevista à FOLHA, o coordenado­r do Centro de Estudos em Segurança Pública da PUC Minas, Luís Flávio Sapori, lembrou que é preciso um orçamento mais robusto e fixo para que o Ministério Extraordin­ário da Segurança Pública toque o projeto e faça articulaçã­o com as políticas de segurança de todos os Estados. Medida provisória que destina parte da arrecadaçã­o das loterias para a segurança pode ajudar nesse sentido.

A primeira fase do Susp propõe um plano de ação para um período de dez anos, o que demanda a necessidad­e de se delimitar o quanto será gasto em segurança pública no País até o final da próxima década. Outra mudança é que o repasse de verbas federais será condiciona­do ao cumpriment­o de metas por parte dos Estados. A nova lei prevê ainda a criação de conselhos consultivo­s de segurança nas esferas municipal, estadual e federal que englobarão as polícias, os bombeiros, as guardas municipais e os agentes de trânsito, além de representa­ntes do Ministério Público e do Poder Judiciário.

A divulgação das últimas pesquisas sobre segurança mostra que a violência cresce em várias regiões do País e que é preciso buscar soluções realmente eficientes. O Susp pode ajudar à medida em que organizará os esforços e cobrará dos Estados a implantaçã­o de planos de segurança pública. Mas é apenas uma solução para um problema complexo.

A divulgação das últimas pesquisas sobre segurança mostra que a violência cresce em várias regiões do País

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