LUIZ GERALDO MAZZA
FHC considera Lula um político preso, mas afirmou que petista é patrimônio do Brasil.
Até agora no Paraná duas decisões judiciais interditaram a divulgação de pesquisas eleitorais, mas muito depois que seus resultados foram divulgados. Como permaneceram no ar tivemos uma espécie de “fake news” tolerada e isso porque o veto se tornou inútil, já que os efeitos da informação foram assimilados, enquanto a proibição não se formalizou. Como é preciso, antes de tudo, preservar a equidade, indispensável se torna um entendimento entre justiça e institutos de pesquisas em torno dos fatores levantados pelas contestações.
Se isso, como preliminar, não for acertado ficaremos sujeitos a uma campanha sem um dos seus atrativos básicos - o da publicação necessária de intenções de votos, direito inegável dos concorrentes como também do público em geral. Ora, o próprio Tribunal Superior Eleitoral posicionou-se formalmente sobre as “fake news” na preocupação de que elas venham a poluir o processo eleitoral e comprometê-lo como se deu nos Estados Unidos. E pesquisa desaprovada não deixa de ser um embuste, que foi tolerado e que favoreceu alguns em detrimento de outros e do público em geral, ainda que por algum tempo.
Como esses vetos se deram com instituições locais, que não têm o renome do Ibope e do Datafolha, pode-se abrir espaço para negar-lhes autenticidade, o que também não é lá muito correto. Se o episódio se desse com organismos de expressão nacional certamente cuidariam de defender-se, conquanto já tenhamos registrado falhas do Ibope como aquela que concedeu numa eleição na capital ao deputado federal Rubens Bueno pouco além de um digito, quando marcou vinte pontos.
Normatizar a área parece indispensável para que não tenhamos o uso da técnica do tapetão em favor de Beto Richa com o impedimento generalizado das sondagens de opinião no processo de reeleição.