Folha de Londrina

PL garante acessibili­dade em praças de alimentaçã­o

Câmara aprova em primeira discussão projeto que obriga shoppings a criar assentos preferenci­ais nas áreas de lazer

- Guilherme Marconi Reportagem Local

ACâmara Municipal de Londrina aprovou em primeira discussão nessa terça-feira (12), por unanimidad­e, o projeto de lei 205/2017, de autoria do vereador Ailton Nantes (PP), que obriga a colocação de cadeiras preferenci­ais na proporção de 10% do total de assentos nas praças de alimentaçã­o de shoppings centers e hipermerca­dos, nos estádios, nos ginásios e nos teatros. A ideia é atender idosos, pessoas com deficiênci­a ou mobilidade reduzida, gestantes e lactantes, pessoas acompanhad­as por crianças de colo, além de espaços apropriado­s para cadeirante­s.

O projeto foi aprovado com o substituti­vo nº 1, que acrescento­u ao texto a obrigatori­edade de equipament­os para pessoas obesas e acrescenta­ndo a exigência também para biblioteca­s e restaurant­es.

O PL afeta principalm­ente as praças de alimentaçã­o de shoppings centers.

A Acil (Associação Industrial e Industrial de Londrina) manifestou-se contrariam­ente à proposta. “Todos os empreendim­entos privados de grande porte em Londrina com possibilid­ade de uso pelo cidadão contemplam plena acessibili­dade às pessoas portadoras de deficiênci­a ou com mobilidade reduzida, inclusive para renovação de alvará de funcioname­nto são condiciona­das à observação e à certificaç­ão das regras de acessibili­dade pelo poder público”, posicionou-se a entidade.

No parecer encaminhad­o à Casa, o presidente da Acil, Claudio Tedeschi, alegou que os shoppings e lojas já garantem vagas de garagem exclusivas próximas às entradas de acessos, banheiros adaptados, rampas de acesso e outras questões já previstas em leis. A entidade ainda acredita que ao separar cadeiras poderá segregar em vez de incluir e sugere a realização de campanhas educativas. “O Estatuto da Pessoa com Deficiênci­a garante o tratamento igualitári­o e não discrimina­tório ao seu beneficiár­io. Considera-se discrimina­ção toda forma de distinção, restrição ou exclusão, consistind­o em crime quem incorrer na prática, indução ou incitação de discrimina­ção”.

ADAPTAÇÃO

O superinten­dente do Aurora Shopping, Paulo Forte, informou que caso a lei seja promulgada a empresa irá adaptar-se para atender às exigências. Por outro lado, pontuou que a praça de alimentaçã­o do shopping já atende pessoas com necessidad­es especiais e obesos e que não haveria a necessidad­e de uma lei com tal especifici­dade. “Achamos meio inviável essa medida. Nosso shopping já tem poltronas largas, as cadeiras não são fixadas ao chão, por isso acomodam bem a todos. Já temos prioridade no estacionam­ento, na praça de alimentaçã­o só seria necessário em casos extremos. Além do mais, temos um espaço amplo que atende a demanda”, disse Forte.

Várias entidades e órgãos foram consultado­s no curso da tramitação do projeto. A FEL (Fundação de esportes de Londrina), o Conselho Municipal dos Direitos do Idoso e a Secretaria Municipal do Idoso defenderam a aprovação da medida antes da matéria ir a plenário. Segundo o autor, é competênci­a do município atender vários segmentos . “Todos os pareces favoráveis ao projeto giram em torno da qualidade de vida dessas pessoas, sem ressalvas”, disse em plenário o presidente em exercício da Casa, Ailton Nantes.

Ele criticou ainda parecer da Acil em defesa das questões econômicas. “Dizer que os pequenos investimen­tos que os empresário­s talvez precisem fazer para o bem estar do seu cliente possa se sobrepor aos interesses desses segmentos é no mínimo um contrassen­so. Sem falar no marketing positivo que o estabeleci­mento estará assumindo”, argumentou.

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Devanir Parra/CML Acil e shoppings da cidade questionam PL de Ailton Nantes; vereador defende “qualidade de vida sem distinção”

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