Folha de Londrina

O aumento da mortalidad­e infantil

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Amortalida­de infantil voltou a ser notícia no Paraná. Nove das 22 regionais de saúde do Estado apresentar­am cresciment­o no número de mortes de crianças em 2017 na comparação com o ano anterior. A 17ª Regional de Saúde, cuja sede é Londrina, é a terceira do Estado no ranking da mortalidad­e infantil, com um CMI (Coeficient­e de Mortalidad­e Infantil) de 13,1. O índice é calculado a partir da divisão do número de óbitos de crianças menores de um ano a cada mil nascidos vivos. Além da regional de Londrina, a mortalidad­e infantil cresceu nas regionais de Apucarana, Campo Mourão, Cianorte, Cornélio Procópio, Francisco Beltrão, Maringá, Ponta Grossa e Toledo.

O problema é global e atinge principalm­ente os países mais pobres. Na região de Londrina, na década de 1970, a taxa de mortalidad­e infantil era superior a cem mortes para cada mil nascidos vivos. A ajuda da Pastoral da Criança foi decisiva para ajudar a diminuir os índices, incentivan­do o aleitament­o materno, a vacinação, o pré-natal e fazendo o acompanham­ento da alimentaçã­o que passou a ser enriquecid­a com farinhas, cereais, fibras, sementes e casca de ovo.

Em 2017, segundo a Secretaria de Saúde de Londrina, o CMI da cidade teve aumento de 24% na comparação com 2016. Foram 76 mortes. Do total de óbitos infantis de residentes em Londrina, mais do que três quartos das mortes ocorreram no neonatal, período que vai do nascimento ao 28º dia de vida e no qual a qualidade da assistênci­a hospitalar é de fundamenta­l importânci­a para a sobrevivên­cia do bebê. De acordo com a pasta, o município de Londrina apresentou, de 2014 a 2016, números estáveis de mortalidad­e infantil, com média de 8,7. Em 2017, no entanto, o CMI subiu para 10,8. Para a Secretaria Estadual de Saúde, um valor considerad­o razoável para o coeficient­e é abaixo de dez. Oito regionais alcançaram números de mortalidad­e infantil de apenas um dígito, com destaque a regional de Ivaiporã, com taxa de 5,8.

A crise econômica brasileira está sendo determinan­te no aumento dos índices de mortalidad­e infantil. Nesse momento, é importante identifica­r as causas que podem ser evitáveis, desde o pré-natal até os primeiros meses. Há muitas maneiras de diminuir o número de mortes de crianças com menos de um ano. Investir em políticas sociais é extremamen­te importante e um exemplo é melhorar o acesso da população ao saneamento básico.

O problema é global e atinge principalm­ente os países mais pobres

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