Polícia prende suspeito de chefiar facção criminosa
Prisão de suposto chefe faz parte de operação da Polícia Civil de São Paulo
Um homem de 30 anos, suspeito de liderar braço de facção criminosa que age em todo o País, foi preso em Londrina, na madrugada de ontem. A prisão, realizada em uma casa na Vila Siam, na zona leste da cidade, faz parte da Operação Echelon, deflagrada pela Polícia Civil de São Paulo em 14 Estados. Polícia paulista afirma que investigado comandava ações do grupo em todo o Norte do Paraná. Nomes de sete lideranças, com atuação no Brasil e em países vizinhos, estavam em bilhetes encontrados no esgoto de penitenciária de Presidente Venceslau (SP)
Um suposto líder de facção criminosa que atua em todo o País foi preso na madrugada desta quinta-feira (14), na Vila Siam (zona leste em Londrina). A prisão do suspeito fez parte da Operação Echelon, deflagrada pela Polícia Civil de São Paulo em 14 Estados. “Essa investigação é em cima da organização criminosa e o rapaz preso era como um braço direito, um líder aqui no norte do Paraná”, afirmou o delegado Marcelo Quevedo, da Polícia Civil de São Paulo.
Em Londrina, foram cumpridos também dois mandados de busca e apreensão, com apoio logístico da Polícia Civil local. “Essa prisão é um golpe contra o crime organizado que tem raízes na região de Londrina”, comentou o delegado-chefe da 10ª SDP (Subdivisão Policial), Osmir Ferreira Neves.
Identificado como Jonathan Henrique Santiago, 30, o homem era investigado havia meses e estava preso até a semana passada. Natural de Rolândia (Região Metropolitana de Londrina), ele trabalhava como serralheiro e tem passagens pela polícia por homicídio, tráfico de drogas e roubo. O suspeito não aceitou conversar com a reportagem. A mulher dele foi interrogada e liberada.
Santiago foi transferido para o Estado de São Paulo, onde responde pelo crime de participação em organização criminosa aliada à prática de homicídios e tráfico de entorpecentes. “Os próximos passos das investigações serão as análises dos documentos apreendidos”, expôs o delegado Éverson Contelli, da Polícia Civil de São Paulo.
INTERESTADUAL
A Operação Echelon é uma ação da Polícia Civil em conjunto com o Ministério Público e a Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo. As investigações começaram há 12 meses, a partir de fragmentos de manuscritos encontrados no esgoto do Presídio de Segurança Máxima de Presidente Venceslau (SP). A partir daí foi possível identificar sete líderes da facção criminosa com atuação em diversos Estados e em países vizinhos.
A atuação da facção em Londrina é recorrente. Em maio, Luan Lino de Andrade, o Pirlo, também considerado uma liderança na região, foi transferido de Londrina para a Penitenciária Federal de Catanduvas (Oeste). Na ocasião, a Polícia Federal de Cascavel interceptou ligações telefônicas entre Pirlo e membros da organização e possíveis candidatos a entrar na facção.
Procurada pela reportagem, a Sesp (Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária) não confirmou que a facção em questão é o PCC (Primeiro Comando da Capital), mas declarou que atua “fortemente contra a facção, e que um dos exemplos da atuação do setor de inteligência da Sesp e do Depen (Departamento Penitenciário) foi a transferência do preso de alcunha ‘Pirlo’ para a Penitenciária de Catanduvas, após serem detectadas supostas ameaças a agentes públicos”.
Investigações começaram a partir de fragmentos de manuscritos encontrados em esgoto de presídio