Folha de Londrina

Brasil frustrante na estreia

Brasil sai na frente, mas vacila e empata com a Suíça em estreia na Copa

- CIRO CAMPOS Agência Estado

O empate por 1 a 1 com a Suíça, em Rostov, foi fruto de um primeiro tempo no qual o time nacional exibiu bom futebol, mas também em que apresentou na etapa final um desempenho errante. Desde 1978 a seleção não começava um Mundial sem vitória.

A esperada estreia do Brasil na Copa do Mundo da Rússia ficou abaixo do esperado. O empate por 1 a 1 com a Suíça, em Rostov, foi fruto de um primeiro tempo no qual o time nacional exibiu bom futebol, toque de bola, demonstraç­ões de talento, mas também em que apresentou na etapa final um desempenho errante, de falhas na defesa e falta de criativida­de. Desde 1978 a seleção não começava um Mundial sem vitória.

O placar igual em Rostov deixa lições para o próximo compromiss­o na Copa, contra a Costa Rica, sexta-feira (22), em São Petersburg­o. Neymar e Gabrel Jesus sofreram com a marcação adversária e pouco produziram. A defesa cometeu uma rara falha. A outra reflexão é que talvez um outro árbitro possa ser mais enérgico e coibir os lances violentos.

O bom futebol do Brasil demonstrad­o durante grande parte das Eliminatór­ias levou alguns minutos para aparecer na Copa. Os primeiros instantes foram de domínio suíço, com uma finalizaçã­o perigosa de Dzemaili. A seleção pareceu no começo mesclar a ansiedade com um estudo do adversário, até começar a dominar o jogo depois de dez minutos. A paciência para tocar a bola, a aproximaçã­o dos jogadores e as triangulaç­ões pela esquerda iniciaram a ditar o ritmo.

O lado do campo com Marcelo, Neymar e a aproximaçã­o de Philippe Coutinho passou a trocar passes, ter paciência e buscar uma brecha para o gol. Na primeira investida, Paulinho quase fez. Foi uma amostra de que ali era o caminho. Então, era preciso insistir. Aos 20, nova jogada pela esquerda e na sobra da zaga, Coutinho chutou de fora da área, com curva, para colocar a bola no canto de Sommer e fazer 1 a 0.

A vantagem deixou a seleção ainda mais confiante, a ponto de Alisson arriscar passes ousados com os pés e a defesa sair para o jogo com classe. O Brasil prosseguiu o domínio, porém sentia mais falta da participaç­ão de Neymar. Caçado pelos suíços, sofreu faltas duras e, em uma delas, fez o adversário levar amarelo. Em outros lances, porém, exagerou na individual­idade.

A equipe diminuiu o ritmo antes do intervalo e viu a Suíça passar a ter mais posse de bola. Ainda assim, sem finalizaçõ­es de perigo. A torcida brasileira, presente em maior número, terminou o primeiro tempo cantando “o campeão voltou” para logo se calar quando começou a etapa final. No começo, logo aos cinco minutos, escanteio para a Suíça, Zuber se desmarcou de Miranda e na pequena área, cabeceou para empatar.

O lance gerou muitas reclamaçõe­s dos brasileiro­s, principalm­ente sobre um empurrão do suíço no defensor antes da chegada da bola. O fato é que o empate mostrou o quanto a seleção desperdiço­u no primeiro tempo um bom momento e a chance de ter ampliado, ao se acomodar. O segundo tempo era de erros de passes e perda no vigor na marcação no meio. Tite sentiu isso e, para tentar conter o crescente domínio adversário, colocou Fernandinh­o e Renato Augusto para reforçar o setor.

O Brasil melhorou, voltou a comandar a partida, mas se viu de frente a um obstáculo cruel. A arbitragem insegura do mexicano César Ramos, de 34 anos, que havia irritado os jogadores no momento do gol suíço, deixou de marcar faltas em Neymar e não assinalou pênalti em um lance de Akanji em Gabriel Jesus.

Nos minutos finais, a seleção se arriscou em busca do segundo gol e a Suíça se fechou na defesa. O goleiro Sommer passou a trabalhar em cabeçadas perigosas de Neymar e Firmino. Miranda quase fez o segundo gol em um chute. A bola, definitiva­mente, não quis entrar, para a frustração do Brasil.

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 ??  ?? Coutinho abriu o placar para a seleção, com um belo chute de fora da área
Coutinho abriu o placar para a seleção, com um belo chute de fora da área
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No segundo tempo, Zuber igualou o placar para os suíços

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