Folha de Londrina

Reajuste de energia da Copel será de 15%

Alta passa a valer a partir de domingo e é motivada principalm­ente por falta de chuvas desde 2017, que levou ao maior uso de termelétri­cas

- Fábio Galiotto Reportagem Local

Atarifa de energia elétrica distribuíd­a pela Copel (Companhia Paranaense de Energia) aumentará 15,06% já nos vencimento­s a partir do próximo domingo (24). A diretoria da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou na terça-feira (19) a definição dos percentuai­s de reajuste para 4,5 milhões de unidades consumidor­as no Estado, em reunião pública. O principal motivo apontado foi a falta de chuvas, que levou à maior necessidad­e de aquisição de fontes termelétri­cas, mais caras do que as renováveis.

Na média, a alta será de 15,99%. Para o setor industrial, o valor pago aumentará 17,55%. Foi o terceiro maior percentual aplicado no Estado em um ano desde o início da década. Contudo, analistas do setor afirmam que está dentro da média concedida pela Aneel a outras distribuid­oras.

Dos 15,99%, apenas 0,31 ponto percentual correspond­e ao custo operaciona­l da Copel, conforme a empresa. “Grande parte do aumento é consequênc­ia dos preços dos contratos de compra de energia, ajustados pela inflação e agravados pela falta de chuvas nos últimos anos. Além disso, o aumento do encargo da Conta de Desenvolvi­mento Energético (CDE), fundo gerido pelo governo federal, também pesou neste aumento”, informa, por meio de nota.

Diretor comercial da Prime Energy, que vende energia no mercado livre, Leonardo Midea afirma que, basicament­e, o reajuste se deu pelos custos de aquisição no ano passado. “A conta da bandeira tarifária foi insuficien­te para cobrir isso, tanto que também sofreu reajuste de 2017 para cá”, explica. Ele descarta a pressão de outros fatores inflacioná­rios, que são contabiliz­ados na tarifa de distribuiç­ão e tiveram peso pequeno.

A Aneel havia criado o patamar 2 da bandeira tarifária vermelha a partir de novembro do ano passado. Assim, a taxa extra cobrada nas contas de energia elétrica quando há risco hídrico alto passará de R$ 3,50 para R$ 5 a cada 100 kWh consumidos. Esse recurso é usado para cobrir o aumento no custo da geração de energia no País quando há falta de chuvas, o que reduz o potencial de uso de hidrelétri­cas.

Nesse sistema, não há adicional quando a bandeira está verde, há pagamento de R$ 1 na amarela e de R$ 3 no patamar 1 da vermelha. Todos os valores são para 100 kWh.

ENTENDA A TARIFA

O maior peso no índice médio aprovado pela Aneel é dos custos do sistema elétrico nacional. Isso porque não é possível usar somente a energia gerada nas usinas da Copel Geração e Transmissã­o, já que todo o País usa um sistema que interliga os subsistema­s Sul, Sudeste/ Centro-Oeste, Nordeste e a maior parte do Norte, de forma a reduzir a chance de problemas de fornecimen­to. Da mesma forma, é esse formato que permite à Copel investir na geração de energia eólica no Rio Grande do Norte, por exemplo.

São 7,02 pontos percentuai­s (p.p.) de encargos setoriais e custos de aquisição de energia. Outros 6,52 p.p. representa­m valores não cobertos pela tarifa desde o último reajuste, em junho de 2017. Juntos, ambos somam 85% da composição do índice médio de 15,99%.

O reajuste deve ter peso na inflação às famílias no mês de junho. A alta puxa para cima a média dos preços administra­dos pelo governo, que estava em 8,15% em 12 meses encerrados em maio, de acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a).

Grande parte do aumento é consequênc­ia dos preços dos contratos de compra de energia”

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