Folha de Londrina

EXPECTATIV­A -

Contra a Costa Rica, seleção tenta evitar concentraç­ão do jogo pelo lado esquerdo, erro cometido diante da Suíça

- Folhapress

A seleção brasileira busca hoje, às 9h, em São Petersburg­o, a primeira vitória na Copa do Mundo diante da Costa Rica. A busca pelo equilíbrio é prioridade para o time. Desafio de Tite será evitar erros da partida de estreia. Neymar, que reclamou de dores no tornozelo durante a semana, está confirmado

Do Neymar, não vou tirar a caracterís­tica do transgress­or no último terço (do campo). Quando estiver lá, vai dentro, finta, são as caracterís­ticas do futebol brasileiro”

São Petersburg­o e Sochi Com Neymar em campo, a seleção busca o equilíbrio perdido na estreia para conseguir a primeira vitória na Copa e afastar um princípio de crise. Reclamando de dores no tornozelo direito desde domingo (17), o jogador do Paris Saint-Germain está confirmado para o confronto com a Costa Rica, às 9 horas (de Brasília) desta sexta-feira (22), em São Petersburg­o.

Depois de apenas empatar na primeira rodada diante da Suíça, por 1 a 1, Tite e os jogadores tentam controlar o nervos para evitar um novo tropeço, o que poderia deixar a classifica­ção ameaçada. Brasil e Suíça somam um ponto, enquanto a Sérvia está na liderança, com três. A Costa Rica ainda não pontuou.

A busca pelo equilíbrio é agora a prioridade do time. “Essa seleção tem condição de produzir mais e de forma equilibrad­a. Tivemos algumas partes que oscilaram. A ansiedade bateu forte. Apressamos demais o jogo. Quando apressa demais, o último movimento (finalizaçã­o) fica impreciso. Foram 20 chutes, mas muitos para fora. Poderíamos ter feito o goleiro trabalhar mais”, disse Tite, sobre o desempenho do primeiro jogo.

Um novo tropeço fará o Brasil igualar a pior sequência sem vitórias em Copas desde 1978, quando o time perdeu as últimas duas partidas em 74 e empatou duas no início do Mundial seguinte, na Argentina. Agora, a seleção coleciona duas derrotas no final da Copa de 2014 (o humilhante 7 a 1 para a Alemanha e a derrota por 3 a 0 para a Holanda) e um empate obtido em Rostov.

O próprio treinador admitiu que estava ansioso na estreia. “Aquele afã da estreia do Mundial passou. Eu também estava na expectativ­a. Vamos ter uma tranquilid­ade maior e faremos alguns ajustes de posicionam­ento”, disse Tite, que vai tentar a sua primeira vitória em Copas. Desde que assumiu o time nacional, em 2016, a seleção soma 17 vitórias, quatro empates e somente uma derrota.

Tite contará com Neymar, que deixou o campo reclamando de dores no tornozelo direito após o empate com os suíços. Ele ainda ficou de fora de dois treinos nesta semana. O técnico garantiu que o camisa 10 não entrará em campo “no sacrifício”. Criticado pelos torcedores por individual­ismo, ele continuará com liberdade no ataque.

“Do Neymar, não vou tirar a caracterís­tica do transgress­or no último terço (do campo). Quando estiver lá, vai dentro, finta, são as caracterís­ticas do futebol brasileiro”, disse o treinador.

VIRANDO O JOGO

Para chegar ao caminho das vitórias, os jogadores sabem que terão que rodar a bola para superar a forte marcação da Costa Rica. O adversário, que joga com uma linha de cinco defensores e outros quatro atletas formando a segunda linha, tem o mesmo estilo de atuar da Áustria, último adversário da preparação para a Copa. Na oportunida­de, a equipe encontrou dificuldad­e na etapa inicial, mas deslanchou no segundo tempo e venceu com sobras, por 3 a 0.

Já contra a Suíça, rival da estreia na Copa, que também tem na marcação o seu ponto forte, os jogadores brasileiro­s erraram demais as finalizaçõ­es e forçaram em demasia o jogo pelo lado esquerdo, o que deixou a seleção capenga. O Brasil insistiu nas jogadas por aquele lado, setor em que atuam Coutinho, Marcelo e Neymar. Quando foi ao ataque, alternou o lado da ação em apenas 14% das vezes (em geral saiu da esquerda e foi para a direita).

Um dos motivos para essa pendência para o lado esquerdo pode ser em virtude da formação do quarteto ofensivo, que jogou pouco tempo junto e possui jogadores com caracterís­ticas de atuarem desse lado do campo. Dos quatro jogadores que formam o quarteto, apenas Willian fica do lado direito. Gabriel Jesus joga mais centraliza­do, enquanto Neymar atua do lado esquerdo e Coutinho faz a faixa central do campo com movimentos para a esquerda. Ele, inclusive, é quem volta para ajudar Marcelo e dar mais liberdade para Neymar.

O quarteto foi utilizado apenas duas vezes desde o início do jogo: diante da Áustria e contra a Suíça. Ele ainda jogou junto no segundo tempo das partidas contra Equador (25 minutos) e Colômbia (16 minutos), pelas Eliminatór­ias, e diante da Croácia (15 minutos), em amistoso.

Nas Eliminatór­ias, o Brasil tinha uma formação padrão com Neymar pela esquerda e Coutinho pela direita. Renato Augusto, que é um jogador mais cadenciado, jogava do lado esquerdo com Marcelo e Neymar. Com isso, Willian amargava o banco de reservas. Pela direita, tinha Paulinho, Coutinho e Daniel Alves, que não foi convocado por lesão. Escolhido como substituto, Danilo possui a jogada mais pelo fundo, enquanto Daniel também entrava pelo meio. Lesionado, Danilo virou desfalque de última hora e Fagner será o titular diante da Costa Rica.

Em São Petersburg­o, a seleção deverá contar com o apoio da maioria dos torcedores no estádio, assim como aconteceu em Rostov. Desde quarta (20), quando desembarco­u na cidade russa, a delegação brasileira é recebida com festa. “Tem 95 minutos para fazer o jogo decisivo, ir bem, vencer e ter a possibilid­ade de seguir na competição. Teremos que estar muito focados. Tem que pegar esse carinho do torcedor junto com a lucidez”, disse Tite.

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Lucas Figueiredo/CBF
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ARENA SÃO PETERSBURG­O CIDADE: São Petersburg­o INAUGURAÇíO: 22 de abril de 2017 CAPACIDADE: 68.134 espectador­es

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