Crimes contra a mulher
Comportamentos preconceituosos contra as mulheres, infelizmente, são comuns no Brasil
S e em 2017, as mulheres romperam o silêncio e denunciaram muitos casos de assédio sexual, 2018 segue mostrando que é possível mudar. Há avanços pontuais em diversos países e até mesmo na Rússia, um dos países mais inseguros para a mulher - pois não considera a violência doméstica crime - , lideranças vêm denunciando o comportamento machista de turistas, principalmente os latino-americanos.
Comportamentos preconceituosos contra as mulheres, infelizmente, são comuns no Brasil, país que vê subir as notificações de feminicídio de maneira preocupante. Um levantamento do Conselho Nacional de Justiça mostrou que o ano de 2017 terminou com 10,7 mil processos de feminicídio sem solução da Justiça em todo o território nacional. Desses, 4,9 mil são do Paraná, estado com maior número de novos casos e também com maior número de sentenças, 2.872, e processos decididos, 1.381. Ainda segundo o estudo, 13 a cada 100 mil mulheres paranaenses são vítimas de homicídio em razão da sua condição de gênero. E no ano passado foram registrados 743 novos casos no Estado, praticamente o dobro do segundo colocado, Minas Gerais, com 372, e Rio Grande do Sul, com 258.
A lei do feminicídio entrou em vigor em 2015 e muitos Estados ainda possuem dificuldades em tipificar o crime em suas bases de dados. Pode estar nesse ponto a enorme diferença entre os números paranaenses e de outros Estados. Por aqui há uma melhor atuação dos profissionais em tipificar os crimes corretamente e o Paraná está sendo uma referência em notificação e monitoramento.
A alta taxa de feminicídio no Brasil é uma clara evidência da naturalização da violência contra a mulher. É certo que, ao longo da história, elas tiveram muitas conquistas, mas o número elevado de assassinatos de mulheres mostram que ainda é preciso evoluir muito.