Folha de Londrina

Lava Jato prende ex-diretor de subsidiári­a da Petrobras ligado a deputado do PP

- Folhapress

A 52ª fase da Lava Jato, denominada Greenwich, prendeu na manhã desta quinta-feira (21) o ex-diretor da Petroquisa, subsidiári­a da Petrobras, Djalma Rodrigues de Souza. A prisão de Djalma é preventiva, enquanto a de seu filho, Douglas, é temporária (cinco dias), para evitar possível ocultação e destruição de documentos.

Djalma e familiares, segundo o Ministério Público Federal, cometeram crimes de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a Petroquisa. De acordo com a acusação, foi utilizada conta na Suíça para receber R$ 17,7 milhões da Odebrecht entre dezembro de 2010 e março de 2014. A conta seria controlada pelo filho do ex-diretor.

Em troca dos repasses, a empreiteir­a teria sido favorecida na obtenção de dois contratos, com o estabeleci­mento de parâmetros que só poderiam ser atendidos por empresas da Odebrecht. Os contratos mirados foram firmados com a Petroquími­ca Suape e com a Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco. Também foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro (RJ), no Recife (PE) e em Timbaúba (PE), em endereços de empresas ligadas à família de Djalma.

Chamaram a atenção das autoridade­s as movimentaç­ões financeira­s e os rendimento­s declarados por Djalma Rodrigues perante a Receita Federal, incompatív­eis, segundo a acusação, com seus recebiment­os regulares da Petrobras.

Ao longo das investigaç­ões, também foram encontrado­s indícios de que o exdiretor teria interferid­o, enquanto gerente, em favor de empresas administra­das por seus familiares, com o objetivo de que fossem beneficiad­as com contratos públicos. Djalma Souza é ligado ao deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE), que o indicou para o cargo.

Ambos tornaram-se réus na Lava Jato em maio deste ano após denúncia da Procurador­ia-Geral da República ter sido acatada pela segunda turma do STF (Supremo Tribunal Federal). Eles são suspeitos dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Segundo a Procurador­ia, o deputado teria recebido R$ 300 mil em propinas do empresário Ricardo Pessoa, dono da construtor­a UTC Engenharia, para a campanha de deputado federal em 2010.

Em contrapart­ida, o deputado e o ex-excutivo da Petrobras teriam prometido beneficiar a empresa e contratos com a estatal. Eduardo da Fonte diz que só recebeu doações legais e nega irregulari­dades. Djalma também é citado nas planilhas do Departamen­to de Operações Estruturad­as da Odebrecht, setor que operava os repasses de propinas para políticos, no qual é denominado com o codinome “jabuti”.

Curitba -

OUTRO LADO

Em nota, a Odebrecht disse que as investigaç­ões tiveram origem em informaçõe­s fornecidas na colaboraçã­o da empresa e de seus ex-executivos. As defesas de Djalma Rodrigues e Douglas de Souza não foram localizada­s.

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