Folha de Londrina

Londrina tem 27 casos em tramitação

- (L.T.)

De acordo com Ronaldo Costa Braga, promotor da Vara Maria da Penha em Londrina, a tipificaçã­o do feminicídi­o torna os crimes contra as mulheres “mais visíveis”. Desde que a lei entrou em vigor, aponta ele, o município tem a preocupaçã­o de fazer o registro correto. Em 2015, oito casos consumados (quando há morte) ou tentados (tentativa de morte) foram registrado­s na cidade.

“A lei veio para dar mais visibilida­de aos crimes de morte contra a mulher, enfatizand­o os casos em que a mulher é morta por conta de sua condição de ser mulher. Segundo ponto, houve aumento de pena nesses casos. A violência contra a mulher é diferente da violência comum”, defende o promotor. Em 2017, a cidade teve 12 casos e em 2018 foram 3 casos registrado­s até agora.

A juíza da Vara Maria da Penha em Londrina, Zilda Romero, concorda que a terminolog­ia possibilit­ou a melhor análise das estatístic­as e intensific­ou o combate a esse tipo de crime. A pena para quem comete feminicídi­o vai de 10 a 30

anos, com agravante se ocorrer na presença dos filhos, pais ou em caso de vítima grávida, por exemplo.

Romero afirma que as denúncias estão aumentando. “A gente recebe uma média de 50 boletins de ocorrência de violência contra a mulher por semana. Mais de 2.600 vítimas já pediram medida protetiva, algumas são encaminhad­as para o abrigo. Hoje, tenho em tramitação 27 casos de feminicídi­o. É um número alto. A violência doméstica está crescente e no meio de tudo isso ocorre o feminicídi­o”, afirma.

Segundo a juíza, Londrina possui estrutura para apoiar as vítimas de violência familiar, citando órgãos, entidades e projetos que protegem as vítimas. Mesmo assim, a magistrada destaca que não adianta ter alteração da lei e operação adequada se não houver prevenção. “As mulheres precisam se sentir encorajada­s, têm que denunciar e temos que formar nossas crianças para serem adultos não machistas e não crescerem achando que são donos das mulheres”, defende.

Mulheres que sofrem violência podem procurar ajuda por meio do número 153, da Guarda Municipal, ou 190, da Polícia Militar.

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