Folha de Londrina

COLUNA DO PVC

Em tese, o rival mais simples

- Paulo Vinícius Coelho

A Costa Rica perdeu seus últimos três jogos e só venceu dois dos dez mais recentes. PÁG.10

São Petersburg­o - Enquanto Tite se deslocava de Londres para Leeds para analisar Costa Rica x Inglaterra, no último dia 7, o restante da comissão técnica ficava no Centro de Treinament­o do Tottenham, também assistindo ao amistoso do adversário de sexta-feira (22). Ninguém se assustou. Mas Bryan Ruiz não disputou aquela partida, o que gerou um comentário de um dos assistente­s: “Sem ele, ficam sem construção”. Nesta sexta, Bryan Ruiz, que foi mal contra a Sérvia, joga.

Diferentem­ente da Suíça, que só perdeu uma vez nos últimos dois anos, os costa-riquenhos foram derrotados em seus últimos três jogos e só venceram dois dos dez mais recentes. “A Suíça é mais time do que a Sérvia e do que a Costa Rica.” A frase é consenso na comissão técnica.

Só que vai marcar com a primeira linha de cinco defensores e o meio de campo com quatro, com espaço de dez metros entre elas. Vai haver de novo estrangula­mento na frente da grande área. Isso obrigará o Brasil a trocar passes até deixar um de seus atacantes com apenas um zagueiro à frente. Um contra um, Neymar, Coutinho e Willian podem decidir.

Tite explica que o Brasil não recuou proposital­mente contra a Suíça. O rival empurrou a seleção para seu campo de defesa, quando empurrou os laterais simultanea­mente para o ataque e puxou para o meio os pontas Shaqiri e Zuber. Paulinho e Coutinho precisaram ajudar atrás e não pressionar­am mais a saída de bola.

Nesse instante, o Brasil precisaria ser mais agressivo na tentativa de roubar a bola no campo defensivo e mais preciso ao sair para o contra-ataque. Como 18% dos gols da era Tite foram de contragolp­e, a comissão técnica entende que o time marcaria o segundo gol e mataria a partida se fizesse jogadas velozes, quando se viu obrigado a marcar no campo defensivo.

Entre a euforia pré-estreia e o desânimo pós-empate existe o realismo. A seleção é forte, pode fazer uma Copa do Mundo excelente, mas não testou todo o repertório possível nos 21 meses de Tite. Em tese, a Costa Rica é o rival mais simples. Na terceira rodada, a Sérvia não será fácil. Depois do penta, em 2002, o Brasil enfrentou sete vezes adversário­s europeus e só venceu duas. Ambas contra a Croácia.

A semelhança entre o futebol da Sérvia e da Croácia termina na lembrança de que ambas foram unidas pela velha bandeira da Iugoslávia, e a diferença aparece com a recordação de que a camisa croata tem um símbolo da velha Ustase, que matava sérvios na Segunda Guerra.

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