Folha de Londrina

Como se defender das notícias falsas

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“É até uma contradiçã­o de termos, quer dizer, se é fake não é news”, lamentou indignado o jornalista Zuenir Ventura ao ser questionad­o durante o 13º Congresso Internacio­nal de Jornalismo Investigat­ivo da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigat­ivo). Grande homenagead­o do evento, realizado de 28 a 30 de junho em São Paulo, o autor de leituras considerad­as obrigatóri­as para quem faz jornalismo diário - como “Cidade Partida” e “1968: o ano que não terminou” -, Ventura comparou o efeito das fake news à censura sofrida por jornalista­s durante o período de governo militar (1964-1985).

“A censura você sabia de onde vinha, ela tinha corpo. A fake news é uma coisa que não tem corpo, você não sabe de onde vem. E eu acho que o mal que faz é até maior. Como se defender disso?”, questionou o jornalista de 87 anos, mais de 50 dedicados ao jornalismo.

O tema foi amplamente debatido. O jornalista Leonardo Sakamoto, doutor em ciência política, comandou o painel “O ecossistem­a da manipulaçã­o nas redes sociais em ano eleitoral” ao lado do professor da USP (Universida­de de São Paulo) Pablo Ortellado. Sakamoto acredita que a criação de notícias falsas deve ser apenas mais uma arma no que define como “guerra política” das eleições deste ano.

Empresas especializ­adas recolhem informaçõe­s dos internauta­s nas redes sociais e formam um banco com entre 80 e 100 dados de cada um. Depois, preparam mensagem, em formato de notícias, de acordo com cada perfil com o objetivo de influencia­r no voto das pessoas.

Expressão em inglês para “notícias falsas”, bastante propagadas principalm­ente em redes sociais como Facebook e Whatsapp Termo usado para caracteriz­ar a violação à liberdade de expressão e que marcou o período em que o país foi governado por militares, de 1964 a 1985

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