Folha de Londrina

Permanente da leitura e escrita

Ao entrar em vigor, PL será uma estratégia permanente de promoção do livro, da leitura, da escrita, da literatura e das biblioteca­s de acesso público

- Marian Trigueiros Reportagem Local

Com a aprovação do PL (Projeto de Lei) que institui a PNLE (Política Nacional de Leitura e Escrita) pela Câmara dos Deputados, em maio, a expectativ­a para a sanção presidenci­al é grande. Isso porque, esta é uma importante estratégia considerad­a permanente, que teve ampla articulaçã­o, primeirame­nte, do MEC (Ministério da Educação) e, também, do MinC (Ministério da Cultura) com objetivo de promover o livro, a leitura, a escrita, a literatura e as biblioteca­s de acesso público no Brasil. A PNLE respeitará os princípios e as diretrizes do Plano Nacional da Educação, do Plano Nacional de Cultura, e do Plano Plurianual da União.

Quando sancionada, tanto o livro quanto a leitura deixarão de ser apenas uma política de Estado para tornar-se uma política de Governo. A PNLE prevê a elaboração do texto, a cada 10 anos, cuja produção ficará a cargo dos ministério­s da Cultura e da Educação, que contarão com a contribuiç­ão de representa­ntes do setor, dos conselhos Nacional de Educação (CNE) e Nacional de Política Cultural (CNPC), de representa­ntes de secretaria­s estaduais, distritais e municipais de cultura e de educação, da sociedade civil e do setor privado.

Ou seja, depois de sancionada pela presidênci­a, a lei será implementa­da pela União, em cooperação com o Distrito Federal, Estados e municípios, bem como a participaç­ão da sociedade civil e de instituiçõ­es privadas. “A sanção da PNLE é de grande importânci­a para o País. Ao tornarse política de Estado, garante-se que hajam metas, políticas e programas permanente­s de fomento à leitura e a escrita, não permitindo que as ações para o setor fiquem à mercê de mudanças de gestão”, destacou o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão.

O diretor do Departamen­to de Livro, Leitura, Literatura e Biblioteca­s do MinC, Guilherme Relvas, também destacou que a PNLE será importante para garantir o desenvolvi­mento contínuo de políticas públicas voltadas à promoção do livro, da leitura, da escrita, da literatura e das biblioteca­s. “É fundamenta­l, a partir desse momento, que a União, os Estados e os municípios se mobilizem para o fortalecim­ento dessa política, juntamente com a sociedade civil, para que seja implementa­do o que está proposto na lei”, pontuou.

TRAMITAÇÃO DO PL

Proposto pela senadora Fátima Bezerra (PT/RN), o projeto de lei que institui a PNLE foi elaborado após mais de 10 anos de debate pelo setor, organizado pelo ex-secretário-executivo do PNLL (Plano Nacional do Livro e Leitura) José Castilho Marques Neto. Tramitando desde maio de 2016, o projeto (PLS 212/2016) foi aprovado no Senado e não sofreu modificaçõ­es na Câmara, onde passou a tramitar como PL 7752/2017. A matéria contou com avaliação de senadores e deputados em comissões das duas Casas Legislativ­as e também passou por consulta pública no site do Senado, tendo recebido manifestaç­ão positiva de 1099 pessoas.

A PNLE também institucio­naliza o “Prêmio Vivaleitur­a”, criado em 2006 como desdobrame­nto do Ano Ibero-Americano da Leitura. A iniciativa visa estimular, fomentar e reconhecer as melhores experiênci­as que promovam a leitura no País. Todas as informaçõe­s estão disponívei­s no site www.premioviva­leitura.org.br/.

INVESTIMEN­TOS

O ministro da Cultura lança, nesta terça-feira (3), no Rio de Janeiro, o programa #leiturager­afuturo, no qual serão anunciados investimen­tos no setor, com o objetivo de estimular a leitura e a literatura no País. Durante o evento, será lançado edital de apoio à criação de biblioteca­s digitais em espaços públicos ou comunitári­os, que deverão contar com e-readers e serviços de streaming de livros. Também serão anunciados editais de estímulo à realização de eventos literários e à publicação de livros sobre os 200 anos da Independên­cia do Brasil. Além dos editais no setor de livro, leitura e biblioteca­s, o ministro vai anunciar investimen­tos em projetos de modernizaç­ão de museus.

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