Jornalismo contra fake news
“Se é fake, não é news”. Foi assim que o jornalista Zuenir Ventura defendeu que a cobertura jornalística não admite qualquer relação com a boataria. Fake news é o termo usado para identificar as mensagens falsas que circulam pelas redes sociais. Infelizmente, tão comuns hoje em dia, a ponto de influenciarem eleições presidenciais. A frase de Zuenir foi proferida no último Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, realizado recentemente em São Paulo e do qual a FOLHA participou.
As fake news e as formas de combatê-las estão na pauta dos congressos de jornalismo justamente porque o principal antídoto está na informação de verdade, bem apurada com técnica e credibilidade. Um trabalho feito com esmero pela imprensa ética e séria. Para Zuenir Ventura, as fake news podem causar um mal ainda maior que a censura, pois não se sabe justamente de onde elas surgem.
E em ano eleitoral cresce ainda mais a preocupação com as notícias falsas. Nesses tempos, a “guerra política” tem ajuda de um exército dos chamados robôs, ou bots, encarregados de “discutir” políticas nas redes sociais como se fossem humanos. Empresas especializadas recolhem informações dos internautas e formam um banco com entre 80 e 100 dados de cada um. Depois, preparam mensagens, em formato de notícias, de acordo com cada perfil com o objetivo de influenciar no voto das pessoas. Sem falar nas “fazendas de likes”, que segundo pesquisadores que participaram do congresso são formadas por rede de telefones celulares que fica ligada constantemente para gerar likes e compartilhamentos em postagens nas redes sociais.
As notícias falsas criadas para favorecer políticos ou outras personalidades não são novidades. Mas na era digital elas foram potencializadas. Os veículos de imprensa são um instrumento confiável de checagem de informação, mas as pessoas precisam estar atentas aos conteúdos que acessam. Em muitos casos, a dúvida é o melhor amigo do cidadão.
As pessoas precisam estar atentas aos conteúdos que acessam