Folha de Londrina

Londrina salta 74 posições em ranking de desenvolvi­mento

De acordo com o IFDM (Índice Firjan de Desenvolvi­mento Municipal), elaborado pela Federação da Indústria do Estado do Rio de Janeiro, Londrina subiu 74 posições na lista de municípios do País com maior desenvolvi­mento. Pelo estudo que leva em conta três i

- Nelson Bortolin Reportagem Local

Com um aumento de 3,7% em sua nota - de 0,8180 para 0,8483 -, Londrina subiu 74 posições no IFDM (Índice Firjan de Desenvolvi­mento Municipal), elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro. Os dados divulgados na semana passada se referem ao ano de 2016. E a comparação é com 2015. A cidade chegou ao 85º lugar entre as mais de 5.500 de todo o País. Em âmbito estadual, foi da 21ª para a 11ª colocação. O Paraná tem 399 municípios.

O IFDM reúne três vertentes de indicadore­s: educação, saúde e emprego e renda. A melhora de Londrina foi puxada pelo último, com um cresciment­o de 8,4% de 2015 para 2016. A série histórica da Firjan teve início em 2005, quando a nota da cidade era de 0,8202. Houve melhora ano a ano até 2010, quando o índice chegou ao pico de 0,8734. Depois, teve início uma curva descendent­e e o IFDM de Londrina ficou em 0,8180 em 2015. Entre altos e baixos, o cresciment­o acumulado em 12 anos é de 3,4%.

“O cresciment­o dos indicadore­s de emprego e renda se deu em cima de uma base muito baixa. Em 2015, os empregos haviam despencado­s. Entre 2013 e 2015, o indicador caiu 16% em Londrina”, explica o analista de Estudos Econômicos do Sistema Firjan, Raphael Veríssimo. Já em 2016, de acordo com ele, embora o desemprego continuass­e alto, houve um aumento importante do salário mínimo, cujo cálculo levou em conta a inflação do ano anterior, de 10,6%.

VERTENTES A vertente de saúde, que tem alto padrão em Londrina desde o início da série histórica, variou pouco no período, de 0,9446 para 0,9464 (0,19%). A de emprego e renda teve recuo de 3,34% - o indicador passou de 0,7824 para 0,7563. A única vertente que tem feito a cidade melhorar ao longo dos anos é a educação, cuja nota saiu de 0,7336 em 2005 para 0,8422, em 2016, um aumento de quase 15%

Mas é justamente essa vertente que impediu um salto mais alto de Londrina.

Segundo Veríssimo, a cidade tinha apenas 50,3% das crianças atendidas na educação infantil em 2016. O indicador é baixo se comparado com cidades paranaense­s que estão mais à frente no ranking nacional. Em Pato Branco são 67,2% das crianças atendidas em educação infantil; em Campo Mourão, 66,5%, em Maringá, 63,6%, e em Paranavaí, 60,9%. Por outro lado, em Curitiba, o indicador estava levemente abaixo do de Londrina em 2016. Na capital, somente 49,3% tinham acesso à educação infantil.

Entre altos e baixos, o cresciment­o de Londrina acumulado em 12 anos é de 3,4%

ANÁLISE

Está bom, mas poderia melhorar. Essa é a opinião do economista, professor universitá­rio e colunista da FOLHA, Marcos Rambalducc­i, ao analisar o estudo da Firjan. “Embora tenham aumentado de 2015 para 2016, os indicadore­s de emprego e renda desses dois anos são os piores da série histórica. Londrina sentiu o impacto da crise mais que outras cidades como Maringá”, afirma.

O economista calcula que, no período de janeiro de 2013 a janeiro de 2014, Londrina criou 5.370 empregos. E Maringá, com uma população menor, gerou 10.414. No ano seguinte, foram geradas 2.125 vagas aqui e 4.427 na Cidade Canção. “Só de janeiro de 2015 a janeiro de 2016 que Londrina teve resultado melhor, perdendo 3.031 vagas contra 4.736 perdidas em Maringá.”

Mas a situação voltou a piorar de janeiro de 2017 a janeiro de 2018, período ainda não incluído no levantamen­to da Firjan. No ano passado, Londrina perdeu 4.216 empregos e Maringá, 2.339.

De acordo com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desemprega­dos) do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), a desvanta-

gem permanece em 2018. Foram geradas 2.353 vagas em Maringá e extintas 526 em Londrina de janeiro maio deste ano.

“Precisamos privilegia­r a geração de emprego e renda na cidade. Na saúde e educação, estamos num patamar confortáve­l. Mas o indicador de emprego e renda é cruel”, afirma. De acordo com o professor, pode parecer “monótona a discussão”, mas é inevitável a comparação com Maringá, cidade com as mesmas caracterís­ticas que Londrina. “Temos de criar emprego e emprego de alto valor. E isso se consegue com indústria de base tecnológic­a”, declara.

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Arquivo Folha O Índice Firjan de Desenvolvi­mento Municipal, elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro é sustentado por três indicadore­s: educação, saúde e emprego e renda
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