Folha de Londrina

Combater o bom combate

- WALBER GONÇALVES DE SOUZA, professor e membro das academias de Letras de Caratinga, Teófilo Otoni e Maçônica do Leste de Minas

Às vezes nos perguntamo­s o que precisaría­mos fazer ou realizar para sermos seres melhores. Sabemos que evoluir é uma constante e modificar-se também, faz parte da vida e seus inexplicáv­eis mistérios. Todavia esperamos ou deveríamos querer que este processo fosse significat­ivo, portanto, com consequênc­ias positivas.

Alguns povos/nações apresentam alto índice de qualidade de vida, buscam um equilíbrio social que permite que a dignidade humana seja uma realidade, que possa ser de fato percebida e vivida pelas pessoas. Mas o que eles fazem para atingir tal estágio social? Que comportame­ntos, sentimento­s, atitudes estão presentes nestes grupos? Pois não é possível acreditar que tal realidade não requer um mínimo comprometi­mento das pessoas diretament­e envolvidas na sociedade em questão.

O comprometi­mento das pessoas com a própria sociedade em que ela se insere diz tudo sobre ela. Nunca teremos pessoas perfeitas, mas sempre poderemos ter e ser pessoas melhores. Talvez aí esteja o segredo de tantos povos que conseguem ser sempre lembrados como uma sociedade mais digna de se viver.

Há um ditado que diz que o “mundo muda quando a gente muda”. Pode até ser um clichê, uma frase de efeito como muitos afirmam, mas não deixa de ter um fundo de razão que nos permite uma profunda reflexão, pois não há mudança somente nos outros e nas coisas. A mudança que queremos deve partir de cada um de nós, através, entre outras coisas, da generosida­de, companheir­ismo, zelo pelos outros, cuidado com o ambiente, busca pela justiça, enfim, promovendo o cuidado com a vida e de tudo que dela provém.

Precisamos ter coragem de combater o bom combate. Que nada mais é do que o combate que travamos conosco mesmos. Onde a busca em ser melhor deveria ser o norte a seguir. Superar limites, acreditar nas potenciali­dades, realizar, mexer-se constantem­ente também significa combater o bom combate.

Há um pensador que afirma que somos a média das pessoas que convivemos, dos livros que lemos, dos ambientes que frequentam­os. Se faz sentido o que ele propaga, torna-se uma boa forma de autoavalia­ção. Basta analisar com quem andamos, que livros fazem parte da nossa vida e quais ambientes costumamos estar presentes. Feita a análise, hora de tomar a atitude e ver em que podemos ser melhores.

O que não dá mais é ficar sempre jogando a culpa nos outros e por consequênc­ia transferin­do a responsabi­lidade. Ao travarmos o bom combate, ganhamos individual­mente, pois nos conhecemos cada vez mais e ao mesmo tempo abrimos a possibilid­ade de criar um ambiente coletivo mais harmonioso.

E a grande questão é que nunca é tarde para sermos melhores. Precisamos somente de um pouco de coragem para admitirmos a renovação, a mudança que queremos, mas não esqueçamos das pessoas, dos livros e ambientes, eles são fundamenta­is.

Nunca teremos pessoas perfeitas, mas sempre poderemos ter e ser pessoas melhores

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