Prefeito não queria ‘entregar’ telefonia
Oficialmente , a Sercomtel foi criada por lei municipal dia 9 de outubro de 1964, como um departamento da Prefeitura. Segundo Mario Jorge de Oliveira Tavares, autor do livro “Sercomtel: marca de pioneirismo”, naquela época, a telefonia era ofertada em Londrina pela CTN (Companhia Telefônica Nacional), uma subsidiária da poderosa International Telegraf and Telephone Corporation (ITT).
Vencida o contrato, de acordo com Tavares, que foi colaborador e presidente da Sercomtel, a multinacional não manifestou interesse em continuar prestando o serviço e a Câmara de Vereadores elaborou projeto autorizando a Prefeitura a abrir concorrência para nova concessão. Mas, o prefeito à época, Milton Menezes, vetou a proposta e o Legislativo derrubou o veto, criando um impasse.
De acordo com Tavares, o prefeito tinha medo de entregar novamente o serviço a terceiros. “Havia muitos interesses em jogo, várias empresas de fora queriam tocar a telefonia de uma cidade que crescia espantosamente. Um perigo, que não queríamos correr”, dizia o prefeito, segundo o livro de Tavares.
No fim de seu mandato, Menezes teria acertado com seu sucessor, José Hosken de Novaes, a criação do serviço municipal de telefonia.
A Sercomtel foi transformada de departamento para autarquia municipal em 1965, antes mesmo de ser inaugurada. E assim permaneceu até 1996. Somente naquele ano é que tornou-se empresa, a Sercomtel Telecomunicações, uma sociedade anônima. Em 1998, a Copel comprou 45% das ações da companhia por R$ 186 milhões. Parte dos recursos foi desviada, o que culminou com a cassação do então prefeito Antonio Belinati, no ano de 2000.
Em agosto de 2001, no mandado do prefeito Nedson Micheletti (PT), o município convocou a população para dizer “sim” ou “não” à privatização apenas da Sercomtel Celular. O resultado do plebiscito foi 52,7% “não” e 47,2% “sim”. Em 2014, a empresa passou a explorar a iluminação pública em Londrina.
(N.B.)