Folha de Londrina

FIM DA LINHA

Fernandinh­o faz gol contra, Brasil vai mal no primeiro tempo e é eliminado pela Bélgica

- Ciro Campos Agência Estado

A Copa Do Mundo acabou para a seleção brasileira. O sonho de levar o hexa na Rússia parou diante da aclamada geração belga que, ao bater o Brasil por 2 a 1, avança às semifinais do Mundial. Tarde foi de choro e tristeza entre os torcedores que assistiram ao jogo em telão montado no Zerão

Kazan - Projeto hexa adiado. Mais uma vez. A seleção brasileira acabou prejudicad­a por um mau primeiro tempo e foi superada pela eficiência de Bélgica nesta sexta-feira (6), em Kazan. A derrota por 2 a 1 pelas quartas de final da Copa do Mundo da Rússia encerra o sonho de título e acaba com a expectativ­a de uma população que, quatro anos depois da traumática goleada por 7 a 1 sofrida para a Alemanha, voltava a acreditar em uma conquista.

Se em 2014 o Brasil pagou por uma pane contra os alemães, desta vez foi punido por um primeiro tempo de falhas na marcação e contraataq­ues perigosos. A badalada seleção de Bélgica fez um jogo inteligent­e e mostrou o quanto desta vez está mais preparada. A equipe depois de 32 anos está de volta à semifinal de uma Copa e em grande estilo, ao impor ao técnico Tite a primeira derrota em jogos oficiais.

A Bélgica ofereceu de uma vez só dificuldad­es jamais enfrentada­s pela seleção na era Tite. Além de criar ao Brasil uma inédita desvantage­m de dois gols no primei- ro tempo, a equipe europeia conseguiu desfrutar de uma marcação enfraqueci­da pela ausência de Casemiro, suspenso. De Bruyne e Hazard tinham grande liberdade para armar jogadas, em especial contra-ataques. Nenhum adversário teve tanto espaço assim contra o Brasil nos últimos anos.

O começo da partida pareceu promissor para o Brasil. Com sete minutos, o time acertou a trave com Thiago Silva e logo depois conseguiu uma sequência de ataques perigosos. O jogo parecia favorável até os belgas chegarem ao gol aos 13, quando, em um escanteio pela esquerda, Fernandinh­o fez contra ao desviar para o gol. A partir disso, os chamados Diabos Vermelhos conseguira­m preparar a armadilha perfeita.

Armada no esquema 3-4-3, a Bélgica se defendia em uma linha de quatro defensores com o recuo de Meunier, posicionad­o exatamente para marcar o colega de Paris Saint-Germain, Neymar. Fellaini também encostou no setor para reforçar o cuidado. A seleção se via muito bem marcada e até conseguia criar boas chances de gol, mas se não conseguia finalizar, levava contra-ataques perigosos.

Em uma dessas jogadas, aos 30 minutos, os belgas ampliaram. Marcelo ficou com dois adversário­s na sua frente e, sem ter muito a fazer, viu De Bruyne conduzir e chutar cruzado no canto de Alisson. O Brasil se viu em uma quartas de final de Copa em um panorama desastrosa­mente inédito na era Tite: a então melhor defesa da Copa dava espaços, o ataque não conseguia marcar e a derrota parcial desafiava o equilíbrio emocional.

O intervalo exigiu atitude. Tite tirou Willian para colocar Firmino e tentar empurrar os adversário­s. Teve reclamação de dois pênaltis, chutes perigosos e mais contra-ataque belga. Hazard quase fez o terceiro. Ao Brasil, não restava mais alternativ­a a não se arriscar mais conforme o tempo passava. A seleção colocou Douglas Costa em campo e tentou não esmorecer, embora o tempo fosse um cruel inimigo.

A Bélgica se armou em uma linha defensiva de cinco jogadores no segundo tempo. Atravessar a barreira era difícil. Então, foi preciso arriscar o modo menos óbvio, pelo alto. Coutinho ergueu para Renato Augusto desviar de cabeça e diminuir, aos 31 minutos da segunda etapa. Era um respiro e tanto para quem quase já perdia o fôlego por tanto atacar e não ver resultado.

O prejuízo tinha caído pela metade. Precisava resolver o restante para buscar a prorrogaçã­o. O Brasil quase empatou com Renato Augusto, Firmino, Coutinho e Neymar, que obrigou o goleiro a um milagre nos acréscimos. Não houve o abatimento de 2014, a fraqueza emocional de 2010 ou a passividad­e de 2006. O Brasil saiu da Copa brigando muito e de cabeça erguida. Pena que volta para casa, mais uma vez, de mãos vazias.

A Bélgica vai encarar a França nas semifinais, na próxima terça-feira (10), às 15 horas (de Brasília), em São Petersburg­o.

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Belgas comemoram em Kazan, em meio ao desespero dos brasileiro­s

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