Folha de Londrina

LUIZ GERALDO MAZZA

- LUIZ GERALDO MAZZA

Além do próprio presidente, nada menos de sete dos seus ministros estão indiciados.

Quando os empresário­s vaiaram Ciro Gomes por ter prometido rever a reforma trabalhist­a estavam, na realidade, aplaudindo Michel Temer, que a viabilizou. Se esse feito é assim tão espetacula­r, tudo fica incompatív­el com os registros das pesquisas que apontam o presidente como o de menor credibilid­ade na história do Brasil.

Pode-se concluir também que o que é bom para a maioria dos empresário­s não o é para a sociedade brasileira. Afinal, as pesquisas de opinião têm caráter abrangente e mesmo que a tal reforma trabalhist­a possa ser tida como indispensá­vel na extinção do entulho da CLT ela não expressa um consenso, já que a capacidade de resistênci­a das centrais sindicais mostrou que elas de fato lembram o que Mao Tse Tung disse do capitalism­o como “tigres de papel”.

Um outro aspecto negativo da sabatina da Confederaç­ão Nacional da Indústria foi a de aplaudir o Bolsonaro por não enxergar no centro-direita postulaçõe­s mais confiáveis. Como se percebe, nem aquilo que é tido como elite escapa do ceticismo geral que alcança a população em relação à política e à fauna hoje detestada dos políticos.

Por sinal que o trabalho está mal expresso na configuraç­ão do governo face à devassa policial e judiciária que se dá no ministério que o configura e cujo titular, Helton Yomura, foi afastado por determinaç­ão do STF, algo que veio em sequência à novela que impediu a filha de Roberto Jefferson, a deputada Cristiane Brasil, de assumir a pasta, todos e mais o ministro Carlos Marun, da Secretaria do Governo, envolvidos na trama dos registros sindicais que deve ser coisa antiga e sórdida. Aliás, é uma beleza verificar que além do próprio presidente nada menos de sete dos seus ministros estão indiciados e há os presos como o Geddel Vieira Lima, aquele dos R$ 51 milhões guardados em apartament­o cedido.

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