PCC monta ‘RH’ e curso de fazer bomba
prisionais. Tudo planejado a partir da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, na região oeste de São Paulo.
A denúncia da Operação Echelon é assinada pelo promotor Lincoln Gakiya. Ela mostra que após Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, ser internado no regime Disciplinar Diferenciado,
Esquema foi planejado por internos da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau
São Paulo - O PCC (Primeiro Comando da Capital) montou um setor de “recursos humanos”, responsável pela manutenção de um cadastro atualizado de integrantes, além de organizar cursos de fabricação de bombas e de formar um “time” de matadores profissionais. A facção criou outro setor para expandir a atuação em presídios femininos, um PCC Mulher. Essas são algumas das revelações da denúncia obtida pelo jornal “O Estado de S. Paulo” da Operação Echelon. Ao todo, 70 homens e 5 mulheres foram acusados pelo crime de organização criminosa pelo Ministério Público Estadual.
Interceptações telefônicas e cartas apreendidas mostram que quase uma centena de assassinatos dentro e fora dos presídios foi cometida sob as ordens da cúpula da facção em 2017, além de ataques contra policiais e agentes em dezembro de 2016, uma cúpula interina passou a mandar na facção. Seus integrantes são os principais acusados na denúncia. Ao todo, são sete homens, dos quais dois se destacam: Claudio Barbará da Silva, o Barbará, e Célio Marcelo da Silva, o Bin Laden.
Durante as investigações, o serviço de inteligência da SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) apreendeu seis grupos de cartas escritas pelos sete detentos. Elas haviam sido jogadas pelos presos no esgoto da P2, mas ficaram paradas em redes montadas pelos agentes. Depois de serem desinfetadas, foram remontadas e lidas pelos agentes.
CADASTRO
Segundo a denúncia, durante as interceptações telefônicas foi possível identificar essa nova célula da organização criminosa “denominada Cadastro (cujos integrantes são chamados de cadastreiros)”. “Alguns participantes da facção telefonam aos outros e efetuam um recadastramento para atualizar informações. Com frequência, os membros da facção modificam seu apelido identificador e função na organização (promoção, rebaixamento e exclusão da facção)”, afirma o Ministério Público.