Folha de Londrina

Na vigília “Lula Livre”, clima de expectativ­a

- Mariana Franco Ramos Reportagem Local Curitiba

- Militantes do Partido dos Trabalhado­res (PT), membros de movimentos sociais, políticos, estudantes e sindicalis­tas passaram a tarde e o início da noite de domingo (8) reunidos nas imediações da Superinten­dência da PF (Polícia Federal), no bairro Santa Cândida, em Curitiba.

A movimentaç­ão começou ainda pela manhã, quando Rogério Favreto, que é plantonist­a do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), decidiu conceder liberdade ao petista. Milhares de pessoas, incluindo deputados federais e estaduais e o presidenci­ável Guilherme Boulos (PSOL), foram aos poucos se juntando à vigília “Lula Livre”, na expectativ­a de acompanhar a liberação de Lula.

Munidos de faixas e cartazes, eles entoavam gritos de guerra tradiciona­is do PT e da esquerda, enquanto esperavam o desenrolar dos fatos. Houve também apresentaç­ões musicais. Ambulantes aproveitar­am para vender sanduíches, pipoca e refrigeran­te. Mas os próprios organizado­res da vigília alertaram que o consumo de bebida alcoólica estava proibido no local.

Na sequência, o também desembarga­dor João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato na segunda instância, determinou que a PF se abstivesse de praticar qualquer ato modificand­o o entendimen­to da 8ª Turma, que confirmou condenação. O juiz federal Sergio Moro, mesmo de férias, também emitiu despacho contra o ex-presidente. A militância, contudo, permaneceu confiante.

“Lula foi colocado hoje [dia 8] em liberdade pela Justiça. No entanto, o que estamos assistindo nesse momento nesse país é um absoluto estado de exceção, um estado policial, a Constituiç­ão sendo rasgada. O que vimos foi uma postura claramente protelatór­ia”, discursou o líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta. “Lula na veia e Moro na cadeia”, respondera­m alguns presentes.

Pouco tempo depois, Favreto voltou a se posicionar pela liberação. Carros da PM (Polícia Militar) se aproximara­m do prédio da PF e a segurança foi reforçada. Desta vez, diferentem­ente do que ocorre no dia a dia da vigília, a imprensa também não conseguiu se aproximar da Superinten­dência. Cordões de isolamento separavam as vias de acesso ao edifício.

Até o fechamento desta edição, o único princípio de tumulto aconteceu a duas quadras da vigília, em uma das ruas bloqueadas, que dá acesso à PF. Um grupo de dez apoiadores da Lava Jato, vestidos de verde e amarelo, gritavam frases como “Lula na cadeia” para quem passava por ali. Duas mulheres com camisetas e adesivos de Lula foram hostilizad­as, mas logo seguiram em direção à concentraç­ão dos petistas. Jornalista­s e cinegrafis­tas registrara­m o ocorrido.

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Franklin de Freitas/AFP Munidos de faixas e cartazes, militantes entoaram gritos de guerra tradiciona­is do PT

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