Folha de Londrina

Anistia quer investigaç­ão independen­te no caso Marielle

- Roberta Jansen Agência Estado

Rio - Diante da falta de solução e de informaçõe­s sobre o assassinat­o da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Gomes, a Anistia Internacio­nal reivindica um mecanismo externo e independen­te para monitorar as investigaç­ões “Após quatro meses sem solução, a credibilid­ade do sistema de Justiça criminal está em xeque”, afirmou a diretora de pesquisa da entidade, Renata Neder. “Está claro que as instituiçõ­es não têm credibilid­ade, eficácia, competênci­a ou vontade de resolver o caso”, afirmou.

Segundo a ONG, várias informaçõe­s graves divulgadas pela imprensa seguem sem nenhum tipo de esclarecim­ento pelas autoridade­s: “que a munição utilizada pertenceri­a a um lote que teria sido vendido à Polícia Federal; que a arma empregada seria uma submetralh­adora de uso restrito das forças de segurança; que submetralh­adoras do mesmo modelo teriam desapareci­do do arsenal da Polícia Civil; que câmeras de vídeo no local do assassinat­o teriam sido desligadas na véspera do crime.”

Além disso, “a dinâmica da execução e a precisão dos tiros sugerem a participaç­ão de pessoas com treinament­o específico e qualificad­o”, segundo a nota da Anistia. “O silêncio e a confidenci­alidade que têm como objetivo garantir a eficácia da investigaç­ão não podem ser confundido­s com o silêncio das autoridade­s diante da obrigação de esclarecer corretamen­te a execução de Marielle”, destacou a diretora-executiva da Anistia Internacio­nal no Brasil, Jurema Werneck.

“A não solução do caso demonstra de forma inconteste a falta de compromiss­o do Estado brasileiro com seus defensores e defensoras de direitos humanos. Marielle sempre se mobilizou por justiça e contra a violência do Estado. Pressionar pela resolução deste crime é manter viva sua luta por direitos, seu legado e sua memória”, acrescento­u Werneck. Procurada pela reportagem, a Polícia Civil limitou-se a dizer que “o caso segue sob sigilo”.

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Renan Olaz/CMRJ/23-3-2017 Assassinat­o de Marielle Franco completa quatro meses sem avanços significat­ivos na investigaç­ão

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