Folha de Londrina

Uma solução para a Sercomtel

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Ahistória da Sercomtel, que completou 50 anos dia 6 de junho, é marcada pelo pioneirism­o. Em 1971, a então autarquia propiciou a Londrina ser a 11ª cidade do País a contar com Discagem Direta à Distância (DDD), antes de Brasília ou Recife, por exemplo. Em 1984, Londrina tornou-se a primeira no interior a ter uma central pública de tecnologia digital. Já o Serviço Móvel Celular chegou em 1992, quando apenas três municípios já o tinham implantado.

Com essa capacidade de inovação, a empresa tornou-se orgulho do londrinens­e. A partir de 1998, o governo federal privatizou o Sistema Telebras, que detinha a Telepar no Paraná. O mercado mudou a partir de então e, aos poucos, a Sercomtel precisou se adaptar à concorrênc­ia com grandes multinacio­nais, que venceram leilões para atuarem em grandes áreas. Já a empresa londrinens­e só foi autorizada a operar em todo o Estado em 2009.

A escala menor é uma das dificuldad­es enfrentada­s pela Sercomtel para competir neste mercado. Outro desafio são as amarras caracterís­ticas de uma empresa pública. Durante muito tempo, a operadora não pode fazer propaganda de seus produtos porque teve licitação suspensas na Justiça.

Passivos trabalhist­as, salários acima da média do setor, indicações políticas para a diretoria e dívidas com o fisco levaram a Sercomtel, ao longo dos anos, a uma grave crise financeira. Por isso, desde setembro do ano passado, o “orgulho londrinens­e” passa por uma auditoria feita pela Anatel (Agência Nacional de Telecomuni­cações). E está sujeita a um fim melancólic­o, caso até outubro os sócios não comprovem sua viabilidad­e.

A empresa precisa de uma solução definitiva. Não dá para empurrar com a barriga. Os sócios, o Município de Londrina e a Copel (Companhia Paranaense de Energia), devem apresentar à agência reguladora uma proposta que viabilize de fato o negócio. Como toda empresa, a Sercomtel precisa gerar receita para pagar seus funcionári­os, impostos e outras despesas, além de fazer os pesados investimen­tos que as telecomuni­cações exigem.

Será ótimo se, assim como deseja a administra­ção municipal, a Copel injetar os recursos necessário­s para salvar a Telefônica. Do contrário, que se busque um sócio privado o mais rápido possível. O que não dá é esperar pela morte anunciada. O que está em jogo é um patrimônio construído com recursos do Município e da Copel, além dos antigos proprietár­ios de linhas telefônica­s.

Passivos trabalhist­as, salários acima da média, indicações políticas para a diretoria e dívidas com o fisco levaram a Sercomtel a uma grave crise financeira

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