GRANDES VOZES -
Show “Ângela Maria e as canções de Roberto & Erasmo” terá participação especial de Simone Mazzer no Festival Internacional de Música de Londrina
Prestes a completar 70 anos de carreira, Ângela Maria apresenta show com canções de Roberto Carlos e Erasmo Carlos hoje, às 22 horas, no Festival Internacional de Música de Londrina. Atração terá participação especial da cantora londrinense Simone Mazzer
Prestes a completar 70 anos de carreira e aos 89 anos de idade, a cantora Ângela Maria, há tempos, não precisa provar nada para ninguém, se é que um dia precisou. No entanto, a eterna “Sapoti”, apelido como é chamada, exala vigor por todos os poros e continua impressionando no palco a cada nova aparição. Nesta terça-feira (17), ela apresenta o “Encontro de Divas”, inspirado no show “Ângela Maria e as canções de Roberto & Erasmo” (repertório do último CD homônimo) com a participação especial da cantora londrinense Simone Mazzer. O show faz parte da programação do 38º FIML (Festival Internacional de Música de Londrina) e será realizado às 22h, na Villa Planalto.
A turnê do show em questão já foi finalizada, mas continua sendo requisitada por eventos de todo país. O CD, lançado em maio do ano passado - que foi produzido por Thiago Marques Luiz e editado pela gravadora Biscoito Fino -, dá voz a músicas de autoria de Roberto Carlos, sendo nove compostas com Erasmo Carlos e somente uma assinada somente por Roberto. São canções compostas e lançadas nos anos 1960 e 1970, décadas áureas da produção autoral do Rei, como “Desabafo” (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1979), “Você em minha vida” (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1976), entre outros. No show, ainda serão apresentadas canções como “Sua Estupidez”, “Sentado à Beira do Caminho”, “Eu Disse Adeus” e “Como é Grande o Meu Amor Por Você”.
PARTICIPAÇÃO
Vencedora do 27º Prêmio da Música Brasileira, na categoria Revelação em 2016, a cantora e atriz Simone Mazzer sobe ao palco para cantar “Amendoim Torradinho” e “Babalu”, músicas que fizeram no programa Som Brasil, da rede Globo, em homenagem às rainhas do rádio, além de “Tango para Tereza” e “Garota Solitária”, que ela e Ângela Maria vão cantar juntas pela primeira vez. Considerada uma das vozes mais potentes da atualidade, Mazzer acaba de lançar o primeiro single do seu próximo álbum, em todas as plataformas digitais. “Corpo”, que também nomeará o disco.
Confira a entrevista com Ângela Maria à FOLHA.
Depois de quase 70 anos de carreira, por que escolher Roberto e Erasmo para um disco e show?
Primeiro que são dois grandes compositores, segundo que são nomes internacionais. Além disso, são duas figuras maravilhosas e amigos. Gosto demais do repertório deles. Qual foi o critério de escolha das músicas?
Eu escolhi exatamente aquelas músicas que ele gravou há alguns anos e quase não canta, mas são verdadeiras joias. Assim como eu tenho muitas músicas que gravei, mas não quase não canto mais. Cantei, lógico, na época de sucesso, mas depois parei. Escolhi as músicas que acho lindas. E como foi a turnê?
Foi o maior sucesso: eu fiz Norte, Nordeste, algumas cidades no Sul e agora eu volto novamente. Ainda tem muito pedido para esse repertório do Roberto e Erasmo.
A senhora começou no rádio, passou pela TV até chegar à era da internet e redes sociais. Ou seja, tem uma trajetória marcada por todas as mídias. Alguma época foi mais importante?
Certamente a época em que eu comecei, nos anos 50, 60 até chegar em 70, quando foi o auge da minha carreira. Houve períodos que fiz muitos shows quase que diariamente em todo Brasil; não parava. Mas agora também não é ruim, não. Continuo viajando, fazendo meus shows, temporadas.
Como é sua relação com a música na internet, já que hoje tudo é lançado virtualmente antes de ir para o disco físico?
Antigamente íamos diretamente nas emissoras, acordava de madrugada e corria todas elas mostrando o disco novo. Muitas vezes cheguei bem cedo para falar com o divulgador da gravadora. A gente era a própria internet e o sucesso saía daí. Com o aparecimento da internet ficou melhor, agora não precisa acordar cedo. (risos)
Aos 89 anos de vida e quase 70 de carreira existe alguma coisa que ainda não fez ou cantou?
Acho que não, já fiz tudo. Só se vier algo por aí que não conheço. Mas se vier eu faço. Como tem sido a carreira sem o Cauby?
Muito triste, mas tenho que me acostumar porque é da vida. Tenho que me conformar em saber que ele não vai voltar mais. Cauby era um parceiro maravilhoso, foram 60 anos ao meu lado e produzimos muito juntos. Agora, o que fazia com ele continuo fazendo sozinha. Mesmo ele não estando comigo, faço de conta que ele está. Ainda sinto a presença dele, que era meu companheiro.
Você é otimista com a música brasileira em relação ao que tem aparecido?
Não sou, não. Desses cantores novos, estou gostando apenas desses programas que descobrem vozes novas e não têm oportunidade de aparecerem em programas de televisão. Tem cantores maravilhosos que estão surgindo com vozes lindas. E em termos de composição?
Não tenho acompanhado os novos, estou mais preocupada com o que estou produzindo. Vou entrar de novo no estúdio para gravar voz e violão do que eu já cantei. Vou para o terceiro disco e são compositores já com o nome feito e sucesso como Luiz Ayrão e Tim Maia. Depois é sair por aí de novo fazendo show. Esta é uma estrutura mais barata para quem contrata.