Folha de Londrina

Defesa de Takahashi diz que houve vazamento da Operação

- (V.S.)

O fato novo que movimentou a reunião da Comissão Processant­e desta segunda-feira (16) veio na forma de uma ata notarial apresentad­a pela defesa de Mario Takahashi. O documento, a que a FOLHA teve acesso, contém conversas transcrita­s de whatsapp em que o assessor de gabinete do vereador Filipe Barros (PSL), Daniel Germanovix, demonstra ter sido informado da Operação ZR3 em outubro de 2017, três meses antes da sua deflagraçã­o. Segundo a defesa de Takahashi, as conversas foram repassadas por um advogado. Em 30 de outubro de 2017, à 0h29, Germanovix afirma: “pessoal, teremos uma BOMBA essa semana! E tem uma pessoa que vocês conhecem no meio. Eu acho que estoura essa semana, voltamos quando tivermos mais infos”. Já no dia 24 de janeiro, dia da deflagraçã­o da operação, ele confirmou: “era essa a bomba”. Barros foi quem propôs a abertura da CP para investigar o suposto envolvimen­to de Mario Takahashi e Rony Alves no esquema de corrupção relatado pelo Gaeco na ZR3.

“O que nos chama atenção é que o vereador Filipe Barros propôs um projeto de lei que alterava o quórum para a aprovação de projetos de mudança de zoneamento bem na época que estava sendo formulado o pedido de prisão (dos vereadores), então ficou uma situação bem esquisita e apenas um dia após a operação o vereador veio aqui e represento­u pela cassação dos dois, então é alguma coisa política que esta por trás disso”, afirmou Anderson Mariano, advogado de Takahashi.

O vereador investigad­o Rony Alves acrescento­u que uma segunda testemunha, conhecida na Câmara como Neusa Silva, já o havia alertado na mesma época dizendo “alerta o Mário (Takahashi), está vindo chumbo grosso por aí”. Maurício Carneiro, advogado de Rony, disse que vai pedir uma investigaç­ão sobre esse fato. “Existe uma resolução no CNJ (Conselho Nacional de Justiça) para saber como ele (Daniel Germanovix) tinha essa informação privilegia­da”, afirmou. Procurado pela FOLHA, o assessor de Filipe Barros disse que não falaria sobre o assunto. Barros estava em viagem e não retornou as ligações até o fechamento desta edição. O coordenado­r do Gaeco, Jorge Barreto, informou que o Ministério Público não irá se manifestar sobre assuntos internos da Câmara.

Questionad­o se este fato deve ser investigad­o pela Comissão de Ética da Câmara, o presidente da CP, o vereador José Roque Neto (PR), disse que sim. “Eu creio que da parte dos vereadores futurament­e (essas questões) possam ser esclarecid­as sim porque para nós foram satisfatór­ias”, afirmou.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil