Folha de Londrina

Presa suposta agente do Kremlin

- Folhapress

São Paulo - Uma russa de 29 anos que vive em Washington foi presa e acusada de ser uma agente oculta a serviço do Kremlin, informou o Departamen­to de Justiça dos EUA nesta segunda-feira (16). Maria Butina, estudante da Universida­de Americana (com sede na capital), foi detida no domingo (15) e deve continuar presa até uma audiência na próxima quarta-feira (18).

Butina é fundadora do grupo russo de lobby próarmas Right to Bear Arms (direito de portar armas) e teria conspirado para influencia­r políticos e organizaçõ­es ligados ao tema. Segundo nota do Departamen­to de Justiça dos EUA, a suspeita atuou sob ordens de uma alta autoridade russa que trabalha no Banco Central do país e que é alvo de sanções atualmente impostas pelo governo americano.

O documento não identifica a autoridade russa, mas a agência de notícias Reuters afirma que se trata de Alexander Torshin, vice-diretor do Banco Central da Rússia. Nos perfis de Butina nas redes sociais, há diversas imagens dos dois lado a lado. Ele foi punido pelo Departamen­to do Tesouro dos EUA em abril.

Sob ordens de Moscou, Butina teria trabalhado com dois cidadãos americanos para tentar se infiltrar em organizaçõ­es de defesa do porte de armas, diz a denúncia. Não foram divulgados os nomes dos grupos nos quais Butina tentou se infiltrar, mas ela participou de eventos da NRA (Associação Nacional do Rifle), o principal lobby de armas dos Estados Unidos, de acordo com o jornal “The New York Times”.

Segundo a denúncia, a russa teria organizado jantares em Washington e Nova York e se reunido com políticos e candidatos em todo o país. Após os encontros, Butina repassava então as informaçõe­s que tinha descoberto ao governo russo. Nem a acusada e nem o Kremlin se manifestar­am sobre a questão.

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