Folha de Londrina

VISITA ILUSTRE -

Integrante da família imperial recebeu homenagens em solenidade na Acel; agenda prevê visitas a outras 13 cidades em cinco Estados

- Vítor Ogawa Reportagem Local

A princesa Mako, do Japão, visitou Londrina na tarde de ontem para participar das festividad­es dos 110 anos da imigração japonesa no Brasil. Na Acel, a princesa foi recepciona­da por nipo-brasileiro­s. Ela descerrou uma placa em sua homenagem e regou uma muda de ipê branco, tradição em visitas de membros da família imperial.

Londrina voltou a receber um membro da família imperial japonesa. Na tarde desta quintafeir­a (19), a princesa Mako desembarco­u no aeroporto de Londrina, por volta das 16 horas. Ela veio ao País para participar das festividad­es dos 110 anos da imigração japonesa no Brasil. Londrina foi a primeira parada oficial. Na agenda, estão previstas visitas a 14 cidades em cinco Estados (São Paulo, Paraná, Amazonas, Pará e Rio de Janeiro) até o dia 31 de julho.

Várias pessoas estavam a postos até três horas antes da visita, preparando-se para o tão aguardado encontro, na Acel (Associação Cultural e Esportiva de Londrina). A dona de casa Letícia Hiroko Omoto, 80, disse que mesmo no Japão é difícil encontrar um membro da família imperial. “É um prazer para a gente. Esta é a segunda vez que encontro com membros da família imperial”, destacou.

Omoto relembrou que em 2015 se encontrou com os pais da princesa Mako, o príncipe Fumihito e a princesa Kiko de Akishino, que visitaram Londrina em outubro de 2015, durante a comemoraçã­o dos 120 anos de relações diplomátic­as entre o Brasil e o Japão.

Para Inês Massae Tomita, 81, a visita da princesa é “muito importante”. “É muito raro esse tipo de encontro. A família imperial sempre foi muito importante para meus pais. Eu, como descendent­e de japoneses, também acho. Eu estava ansiosa. É gratifican­te”, disse.

Ambas fazem parte do grupo da terceira idade da Acel. “A visita de uma princesa do Japão é em respeito aos japoneses e seus descendent­es que moram aqui, porque a visita não é só para Londrina, é para toda a região. Eu vejo o respeito que os idosos têm em relação à família imperial. Eles têm uma reverência à vinda da princesa”, destacou Luzia Yamashita Deliberado­r. Ela ressaltou que a visita de uma princesa obedece todo um protocolo. “A gente tem que dar condições para que os idosos cheguem perto da princesa”, declarou.

Deliberado­r foi uma das pessoas que ficaram bem próximas da princesa Mako. Ela ficou incumbida de entregar um lenço umedecido, conhecido como oshibori, para que a visitante limpasse as mãos depois de regar uma muda de ipê branco, que foi cultivada para marcar a data, uma tradição em visitas de membros da família imperial.

A princesa foi recepciona­da pelo presidente da Acel, Pedro Sato, e pelo presidente do conselho deliberati­vo da Acel, Nilton Onuma. Depois, percorreu um trecho em que membros de várias entidades nipo-brasileira­s ficaram perfilados. Entre as pessoas estava a coordenado­ra do grupo Hikari, Irene Kuromoto, que mantém a tradição do bon odori, dança tradiciona­l japonesa. “Eu perguntei a ela se ela dançava bon odori, ela disse que não, mas fez os gestos da dança e eu também fiz. É uma humildade e uma simpatia. Surpreende­u todo mundo”, destacou.

Outra pessoa a quem ela dirigiu a palavra foi ao professor de japonês do Necj (Núcleo de Estudos de Cultura Japonesa) da UEL (Universida­de Estadual de Londrina), Paulo Tsuchiya. “Como ela me cumpriment­ou e me estendeu a mão aproveitei para apresentar as intercambi­stas da Universida­de Meio, de Okinawa, e da Universida­de Kanda, de Chiba, ambas no Japão. Fiquei grato por ela ter dirigido a palavra para mim. Quando o pai dela visitou este mesmo lugar, ele também dirigiu a palavra para mim. A visita foi marcante pela simpatia, pela beleza e pela classe dela. Não é uma pessoa qualquer”, afirmou.

Logo depois, a princesa descerrou uma placa em sua homenagem e na sequência foi presentead­a com um quadro produzido pelo artista plástico Carlos Kubo, que retrata uma arara. Ainda assistiu a uma apresentaç­ão de dança tradiciona­l e de taiko, os tambores japoneses. Um dos instrument­istas foi Mateus da Cruz Teixeira, 20, que disse que foi uma honra se apresentar para uma princesa. “Eu fiquei ansioso e nervoso. Os preparativ­os foram cansativos, ensaiamos bastante para sair tudo certinho”, declarou.

Para Pedro Sato, a visita foi “muito importante”. “A Acel foi o primeiro local a ser visitado pela princesa no Brasil. Isso é extremamen­te importante para o clube e para a comunidade londrinens­e. É o resultado de nosso trabalho”, apontou.

“A Acel foi o primeiro local a ser visitado pela princesa no Brasil”

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Marcos Zanutto
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Marcos Zanutto Solenidade contou com descerrame­nto de placa em homenagem à princesa

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