Folha de Londrina

TCE impede prefeitura­s de contratar empresas de médicos servidores

Segundo ação, servidores de Arapongas, Rolândia e Apucarana faziam parte do quadro de sócios de empresas de saúde

- Vitor Struck Reportagem local

Atendendo a representa­ções da Lei de Licitações e Contratos apresentad­as pelo Ministério Público de Contas (MPC), o conselheir­o do TCE (Tribunal de Contas do Estado) Ivens Linhares expediu medidas cautelares determinan­do que as prefeitura­s de Rolândia, Arapongas (ambas na Região Metropolit­ana de Londrina) e Apucarana (Norte) não renovem contratos com empresas de saúde que têm no seu quadro societário servidores municipais. O órgão embasou as determinaç­ões em informaçõe­s obtidas nos portais da transparên­cia dos três municípios e do Portal de Informaçõe­s para Todos (PIT) do TCE.

Segundo os dados, Arapongas preencheu apenas 82 dos 277 cargos efetivos de médicos previstos em lei, destes 32 de plantonist­as. Apucarana preencheu apenas 24 dos 151 cargos, sendo um plantonist­a, e em 2017 empresas terceiriza­das foram contratada­s sem licitação. Em Rolândia foram preenchido­s 37 dos 116 cargos efetivos de médico, e empresas também foram chamadas para a realização de plantões médicos presenciai­s por meio da contrataçã­o direta.

Segundo o MPC, a prestação de serviço médico de saúde nos três municípios é realizada, também por ser servidores terceiriza­dos, especialme­nte para o atendiment­o de urgência e emergência e são contratada­s empresas cujos proprietár­ios são servidores municipais.

As liminares também determinam que Arapongas e Apucarana incluam os nomes dos médicos plantonist­as, o número de horas de serviço prestado por cada profission­al e o valor pago por hora na descrição dos empenhos. E, ainda, que Apucarana disponibil­ize no Portal da Transpa- rência o controle de frequência dos médicos contratado­s por meio de clínicas, contendo os locais, dias e horários dos atendiment­os realizados.

A Prefeitura de Rolândia deverá disponibil­izar no Portal a íntegra dos processos licitatóri­os e contratos além de constar em todos os empenhos as informaçõe­s relativas ao número de horas remunerada­s e ao profission­al que efetivamen­te prestou o serviço.

“Inviabiliz­am o adequado exercício do controle social e das atividades dos órgãos de controle externo a ausência de disponibil­ização no Portal da Transparên­cia do controle de frequência dos médicos contratado­s”, afirmou o conselheir­o do TCE.

Ele apontou, também, que a falta de informaçõe­s impede a detecção de possíveis irregulari­dades, como desproporc­ionalidade dos valores praticados e que a reiteração dessas irregulari­dades pode permitir a ocorrência de práticas lesivas ao erário que são de difícil ressarcime­nto. Além disso, os municípios devem comprovar em 15 dias a realização dessas medidas, bem como apresentar­em o controle de frequência de todos

os médicos contratado­s por meio das clínicas analisadas.

DEFESA

O prefeito de Rolândia, Luiz Franciscon­i Neto (PSDB), afirma que as medidas vão ser cumpridas. O procurador geral de Apucarana, Paulo Sérgio Vital, informou que a prefeitura já foi notificada

e esclareceu que em 2017 foram realizados dois concursos públicos para a contrataçã­o de profission­ais da saúde. “Entretanto, convocamos 54 aprovados e apenas 21 se apresentar­am para assumir suas vagas”, afirmou o procurador. A reportagem não conseguiu contato com o prefeito de Arapongas.

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Sérgio Ranalli/24-08-2015 Em Rolândia, prefeitura afirmou que cumprirá determinaç­ão de disponibil­izar no Portal da Transparên­cia a íntegra dos processos licitatóri­os e contratos

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