Folha de Londrina

Transparên­cia: precisamos fazer a nossa parte

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Ter transparên­cia com a forma como se emprega o dinheiro público deveria ser o princípio básico na administra­ção pública. O contribuin­te, que é quem paga essa conta, tem o direito de saber onde o valor que pagou em impostos está sendo aplicado. O problema é que muitos administra­dores ainda dão de ombros para esse quesito básico da gestão pública. Em pleno 2018, quando tudo é informatiz­ado e a tecnologia encurta caminhos e processos, ainda vemos gestores omitindo informaçõe­s fundamenta­is sob a alegação de falta de estrutura, de mão de obra ou qualquer outra desculpa descabida.

Não precisamos ir longe ou a centros menos desenvolvi­dos para nos depararmos com esse tipo de atitude. Recentemen­te, o MP (Ministério Público) do Paraná ajuizou 41 ações para obrigar prefeitura­s e câmaras municipais a criar ou adequar os portais da transparên­cia e disponibil­izar aos cidadãos todas as informaçõe­s sobre a administra­ção pública, como número de servidores, salários, licitações, contratos, orçamentos e normas. Isso ocorreu porque os municípios deixaram de cumprir os TACs (Termo de Ajustament­o de Conduta) que começaram a ser firmados em 2014. As ações ajuizadas representa­m 11,7% dos 399 municípios do Estado.

Prefeitura­s e Câmaras têm que cumprir 46 itens obrigatóri­os em seus portais que passam por despesas administra­tivas, de pessoal, diárias de viagens, contrataçã­o de serviços e bens, entre outras obrigações.

O contribuin­te também precisa fazer sua parte nesse processo, que é a de cobrar os administra­dores. Essa fiscalizaç­ão precisa ser constante. Aceitar a falta de transparên­cia passivamen­te é tudo o que esses governante­s querem. A cultura da transparên­cia ainda não está bem solidifica­da tanto entre quem deveria prestar contas como para quem tem que fiscalizar. Exercer seu direito de cidadão nesse quesito é denunciar a falta de transparên­cia aos órgãos responsáve­is até ver uma solução. É sair dos protestos nas redes sociais para tentar mudar o quadro na vida real.

O problema é que muitos administra­dores ainda dão de ombros para esse quesito básico da gestão pública

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