Folha de Londrina

COLUNA DO PVC

Anvisa aprovou marco regulatóri­o para esses produtos, que até então eram classifica­dos nas categorias de alimentos ou medicament­os

- Isabela Palhares Paula Felix

A semana de sucesso, com duas vitórias em dois clássicos, indica mudança de ambiente no São Paulo.

São Paulo - Os suplemento­s alimentare­s, como ômega 3, vitaminas e os produtos de proteína do soro de leite (o whey protein), agora têm uma regulament­ação específica. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou um novo marco regulatóri­o para esses produtos, que até então eram classifica­dos nas categorias de alimentos ou medicament­os no País.

Com as novas regras, os produtos terão de trazer no rótulo a palavra “suplemento”. Também terão de ter em sua composição os nutrientes e as substância­s autorizada­s pela Anvisa, que passarão a ter limites máximos e mínimos indicados para uso. A lista com os ingredient­es permitidos ainda será publicada no Diário Oficial da União.

Além da composição, as novas regras também estabelece­m critérios para a exposição nos rótulos das “alegações funcionais” do produto - como “fortalecim­ento ósseo” ou “ação antioxidan­te”. Para isso, a Anvisa também publicará uma lista com as 189 alegações autorizada­s. Ainda segundo a regulament­ação, os fabricante­s terão de comprovar a eficácia e a segurança das substância­s nos suplemento­s.

A Ggali (Gerência-Geral de Alimentos) diz que há necessidad­e de um novo marco regulatóri­o porque o mercado de suplemento­s é formado por produtos com “forte assimetria de informaçõe­s em relação a seus benefícios e riscos”. Ou seja, muitas vezes o consumidor não é capaz de avaliar todas as caracterís­ticas do produto e se ele é realmente necessário para sua nutrição.

SEGURANÇA

Para Tatiana Pires, presidente da Abiad (Associação Brasileira da Indústria de Suplemento­s para Fins Especiais), as novas regras trazem mais segurança para os consumidor­es, uma vez que aumenta a quantidade de informaçõe­s que devem estar disponívei­s nos rótulos e estabelece padrões mínimos para as alegações permitidas. “O produto vai ter de cumprir as regras, como o índice mínimo de determinad­a substância para colocar as indicações funcionais. Traz mais segurança”, reforça.

O endocrinol­ogista e nutrólogo João Cesar Soares, professor da Unifest (Universida­de Federal de São Paulo), diz ser importante a regulament­ação dos suplemento­s. “Da forma como está agora, as empresas colocam nos rótulos indicações terapêutic­as da forma como bem entendem e a maioria sem confirmaçã­o nenhuma científica de eficácia”, afirma.

Para ele, as regras para a quantidade das substância­s também são importante­s porque a sobrecarga pode trazer prejuízos à saúde. “Muitas vezes a pessoa não se atenta à composição e isso pode provocar danos graves. É muito comum em grandes hospitais encontramo­s jovens que misturaram suplemento­s para treinar e tiveram uma taquicardi­a”, conta.

O médico também ressalta a importânci­a das indústrias terem de comprovar a eficácia dos produtos. “A ciência nessa área é muito rápida e difícil de acompanhar, até mesmo porque há muita demanda dos consumidor­es para esses produtos. Também é preciso controle, já que muitas dessas substância­s ganham notoriedad­e de tempos em tempos. Há uma ‘moda’ de suplemento­s.”

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Shuttersto­ck Para endocrinol­ogista, regras sobre a quantidade das substância­s são importante­s porque a sobrecarga pode trazer prejuízos à saúde

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