Falta de segurança custa R$ 1 bilhão por dia ao País
Estudo da CNI mostra que o custo da violência foi de R$ 365 bilhões no ano passado
Levantamento elaborado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) revela que o custo da falta de segurança no Brasil chegou a R$ 365 bilhões no ano passado, com impacto direto na competitividade da economia nacional. A quantia é equivalente a 5,5% do PIB brasileiro. Documento embasa propostas da indústria entregues pela entidade aos pré-candidatos à Presidência da República. Relatório aponta que a violência afeta a produtividade do trabalhador e provoca a fuga de empresas de áreas de alta incidência de crimes
Estudo elaborado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) aponta que o custo da falta de segurança no País chegou a R$ 365 bilhões em 2017, prejudicando a competitividade de toda economia brasileira. O documento “Segurança pública: a importância da governança” embasa as propostas da indústria para as eleições de 2018 e integra um dos 43 documentos entregues pela entidade aos pré-candidatos à Presidência da República.
A violência e seus impactos na sociedade e na economia figuram, pela primeira vez, no Mapa Estratégico da Indústria 2018-2022. “É um tema novo no sentido de conhecimentos e foi uma demanda dos empresários, que relatam aumento do custo dos produtos em função da violência”, afirmou Renato da Fonseca, gerente de pesquisa e competitividade da CNI.
Segundo ele, a falta de segurança impacta a produtividade do trabalhador e vem forçando a mudança de local dos investimentos. Há empresas que mudaram suas plantas de cidade para fugir de áreas violentas e em rotas de quadrilhas de roubo de carga.
Segundo a CNI, um dos problemas identificados é a falta de informações. “Não há taxas de resolução de homicídios, por exemplo, usase os dados do Ministério da Saúde e cada Estado tem uma metodologia”, reclamou Fonseca.
A entidade propõe a criação do Inesp (Instituto Nacional de Estudos sobre Segurança Pública) para organizar e manter os dados sobre segurança pública, apoiar a avaliação de política de segurança e coordenar a avaliação da formação de profissionais. Fonseca ressalta que os governos precisam aprender a transferir conhecimentos. As táticas de segurança bem-sucedidas devem ser replicadas nas unidades da federação e, no entendimento da CNI, cabe ao governo federal fazer essa governança.
URGÊNCIA
Em 2017, a falta de segurança custou R$ 365 bilhões ao Brasil. O montante equivale a 5,5% do PIB (Produto Interno Bruto), ou um imposto anual de R$ 1,8 mil re- colhido de cada brasileiro. “A cifra evidencia a urgência de se consolidar uma nova política de segurança pública, fundada num modelo de gestão por parte do governo federal, que leve à aplicação mais eficiente dos recursos públicos e à atuação mais articulada e efetiva dos diversos órgãos do poder público”, destaca o estudo da CNI.
De acordo com a confederação, há uma relação direta entre os índices de violência e a competitividade do setor. Por exemplo, o aumento nos casos de roubos de cargas fez as empresas repassarem as perdas ao preço final dos produtos.
Também evidencia-se um gasto crescente com segurança privada e seguros. “Os investimentos na produção estão sendo desviados para aumentar a segurança. Em 2016, os custos com segurança privada, seguro e perdas de mercadorias chegou a R$ 27 bilhões. Recursos que poderiam ser aplicados em outros setores como inovação”, afirmou Fonseca.
Os investimentos na produção estão sendo desviados para aumentar a segurança”