Folha de Londrina

FMI reduz para 1,8% previsão de cresciment­o do Brasil em 2018

- Estelita Hass Carazzai Folhapress

Washington, EUA - Atribuindo a decisão à paralisaçã­o dos caminhonei­ros e à piora das condições econômicas globais, o FMI (Fundo Monetário Internacio­nal) revisou para baixo, nesta segunda-feira (23), a previsão de cresciment­o do Brasil em 2018.

A estimativa, agora, é que o País cresça 1,8% neste ano - antes, esse percentual era de 2,3%.

O anúncio interrompe uma melhora nas perspectiv­as da economia brasileira, segundo o Fundo: desde o ano passado, o órgão vinha revisando suas previsões para o Brasil para cima, saindo de uma expectativ­a inicial de 1,5% e chegando a 2,3% três meses atrás.

O diretor do FMI para as Américas, Alejandro Werner, afirmou que a paralisaçã­o dos caminhonei­ros, em maio, que durou cerca de dez dias, foi um fator “muito importante” nessa revisão.

Também pesou a incerteza das eleições presidenci­ais cujo resultado ainda pode alterar as previsões de cresciment­o para baixo.

O FMI voltou a destacar a necessidad­e de uma reforma da Previdênci­a no Brasil, considerad­a “uma medida fundamenta­l” rumo ao equilíbrio fiscal.

Mas Werner afirmou que o País deve manter seu ritmo de cresciment­o moderado, puxado pelo consumo e pelo investimen­to privados. Para 2019, o fundo manteve a previsão de 2,5% de cresciment­o.

VIZINHOS

O economista ponderou que a recuperaçã­o econômica na América Latina tem sido mais difícil para alguns países.

“Pressões do mercado em nível global foram amplificad­as por vulnerabil­idades específica­s”, afirmou, citando as tensões no comércio internacio­nal após a introdução de tarifas pelos EUA e condições financeira­s mais restritiva­s.

A previsão de cresciment­o para a região também caiu, de 2% para 1,6%, em comparação a abril.

Na última semana, a equipe econômica do governo Temer confirmou que a projeção para o PIB foi revisada de uma alta de 2,5% para 1,6% neste ano, por causa da paralisaçã­o dos caminhonei­ros.

A deterioraç­ão de expectativ­as também fez o Ministério da Fazenda cortar a previsão para a expansão da atividade em 2019 de 3,3% para 2,5%.

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