Folha de Londrina

CLÁUDIO HUMBERTO

Pré-candidato à Presidênci­a diz que tem tempo de televisão suficiente para ganhar a eleição; Requião ignora presença do correligio­nário

- Mariana Franco Ramos Reportagem Local

Apesar da forte presença tucana no governo, Alckmin recusou apoio a Temer em momentos críticos.

Curitiba - O pré-candidato do MDB à Presidênci­a da República, Henrique Meirelles, disse ontem, em Curitiba, que dispõe de tempo de televisão e estrutura suficiente­s para ganhar a eleição. Após meses de indefiniçã­o, o bloco composto por DEM, PP, PR, PRB e SD optou na semana passada por costurar um acordo com o ex-governador de São Paulo, o que vai garantir ao tucano quase cinco minutos por dia no horário eleitoral. Na avaliação do ex-ministro da Fazenda dos governos Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) e Michel Temer (MDB-SP), porém, a questão não será decisiva para o resultado em outubro.

“Também teremos tempo para mostrar as nossas propostas. E, segundo as pesquisas qualitativ­as que estamos fazendo, no momento em que o eleitor tem acesso à minha história, a tudo o que fiz no Banco Central, no Ministério da Fazenda e o efeito disso para a população, ele vota”, argumentou. O presidenci­ável desembarco­u na cidade no início da tarde e foi direto para a sede da ACP (Associação Comercial do Paraná), onde apresentou suas propostas a empresário­s do Estado. Falou com a imprensa e, já no período da noite, participou de um debate no diretório do MDB. Na oportunida­de, correligio­nários entregaram a ele uma “carta de princípios”, para orientar seu plano de governo.

Apesar de frisar que conta atualmente com a simpatia da maioria dos convencion­ados do MDB, o pré-candidato foi ignorado pela ala mais próxima ao presidente estadual da executiva, Roberto Requião (MDB-PR). Enquanto o ex-ministro cumpria sua agenda na capital paranaense, o senador postava críticas a ele em sua conta no microblog Twitter. “O Meirelles representa este modelo ‘liberal’, bárbaro, que nos colocou na crise que vivemos. Erro brutal na condução da economia, ditadura dos bancos”, escreveu. Nem Requião nem o deputado estadual Requião Filho (MDB-PR) estiveram nos eventos. Coube ao deputado federal João Arruda (MDB-PR) ciceronear o colega de sigla.

Ainda conforme o senador, políticos de direita é quem deveriam receber o presidenci­ável. Requião citou nominalmen­te o ex-governador Beto Richa (PSDB), o deputado estadual Ratinho Jr. (PSD), o deputado federal Ricardo Barros (PP) e membros do PSDB, chamados por ele de “turma do camburão”, em referência à votação da reforma da previdênci­a estadual em 2015. “Sim, o Meirelles será recebido no PMDB. E quem desejar contato com ele será bem recebido. De minha parte tenho outros compromiss­os”, completou o parlamenta­r.

DIFERENÇAS

Questionad­o sobre as críticas, o ex-presidente do Banco Central falou que considera as diferenças de pensamento saudáveis. “Eu acho que é uma coisa absolutame­nte natural. O partido é o maior em termos de presença, tem presença no Brasil inteiro, é um partido da redemocrat­ização do Brasil, e representa a própria diversidad­e brasileira. Em consequênc­ia, tem divergênci­a de opiniões, o que é normal e saudável. O importante é que a discussão seja livre, respeitosa e com os argumentos sendo colocados. No final, o que importa é que prevaleça a maioria, que é a democracia”.

Henrique Meirelles destacou ainda que, independen­temente das diferenças regionais, espera contar com os votos de quase 80% dos emedebista­s do País. “É uma situação muito boa. Além dessa estrutura, que é relevante, o que é mais decisivo é a televisão. Vamos mostrar a nossa história e é isso que vai decidir a eleição. As candidatur­as hoje dependem menos de puxadores de voto, principalm­ente por causa dos meios de comunicaçã­o. Isso permite aos candidatos levar a mensagem direta ao eleitor. A minha história é muito forte e mais do que suficiente para ganhar”.

“Além dessa estrutura, que é relevante, o que é mais decisivo é a televisão”

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