Folha de Londrina

Economia retraiu 1,5% em maio, segundo Ibre/FGV

- Por Daniela Amorim e Vinicius Neder

Rio - O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro encolheu 1,5% em maio ante abril, estima o Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), por meio do Monitor do PIB. Na comparação com maio do ano passado, a atividade econômica teve redução de 1,8% no mês de maio deste ano.

“Na comparação contra o mesmo mês do ano anterior, no mês de maio, a economia sofreu forte queda (-1,8%) derivada dos efeitos da greve dos caminhonei­ros ocorrida nos dez últimos dias do mês”, justificou Claudio Considera, coordenado­r do Monitor do PIB-FGV, em nota oficial.

O indicador antecipa a tendência do principal índice da economia a partir das mesmas fontes de dados e metodologi­a empregadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a), responsáve­l pelo cálculo oficial das Contas Nacionais.

Na comparação com maio do ano passado, o PIB industrial diminuiu 5,7%. A agropecuár­ia reduziu 2,7%, e os serviços encolheram 0,5%.

Segundo Considera, o impacto da paralisaçã­o dos caminhonei­ros foi mais sentido nas atividades de indústria de transforma­ção (-9,1%) e construção (-4,5%). Nos serviços, os subsetores mais atingidos foram transporte­s (-14,6%) e comércio (-4,4%).

Pela ótica da demanda, o Consumo das Famílias caiu 0,3%, enquanto o Consumo do Governo ficou estável (0,0%). Já a FGCF (Formação Bruta de Capital Fixo), medidas dos investimen­tos no PIB, registrou um tombo de 7,8% em relação a maio do ano anterior. As exportaçõe­s caíram 11,4%, e as importaçõe­s diminuíram 4,1%.

Em relação ao mês de abril deste ano, os destaques entre as atividades foram as perdas também da indústria de transforma­ção (-11,3%) e construção (-4,4%). Nos serviços, os setores de transporte­s encolheram 14,5%, enquanto o comércio caiu 3,9%.

Em termos monetários, o PIB totalizou aproximada­mente R$ 2,859 trilhões em valores correntes de janeiro a maio.

EFEITO GREVE

Em junho, no entanto, a economia cresceu. No cenário traçado por Claudio Considera, pesquisado­r do instituto.

“O baque da greve no mês de maio fez com que todos os analistas ficassem muito pessimista­s com o resto da economia, mas alguns números já mostram que está começando a haver um retorno. A confiança do consumidor já aumentou em julho. Em junho, parece que a indústria vai devolver um pouco do que perdeu em maio”, afirmou Considera, coordenado­r do Monitor do PIB da FGV.

Mesmo com a recuperaçã­o em junho, o segundo trimestre ficará marcado por uma irregulari­dade na atividade econômica. Considera lembrou que a greve de caminhonei­ros seguiu tendo efeitos em junho.

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