‘Há urgência de reformas tributária, previdenciária e administrativa’
A solução para a redução da dívida pública brasileira é complicada e é preciso desconfiar de candidatos que apontam um caminho fácil. A opinião é do assessor econômico da Fecomercio-SP, Altamiro Carvalho, para quem é preciso equilibrar as contas do País. “São urgentíssimas as reformas tributária, previdenciária e administrativa”, diz.
Para a reforma tributária, Carvalho afirma que a Fecomércio-SP sugere um sistema simplificado e progressivo. “São mais de duas mil horas para preencher documentos ao ano, mais do que o dobro do país que é segundo colocado no ranking, o que exige um grande número de funcionários. Só isso já reduziria a carga”, diz. “Defendemos um mínimo de impostos e que sejam diretos, porque os indiretos recaem mais sobre as pessoas de menor renda.”
Na reforma previdenciária, a entidade aponta que seria mais justo preservar as aposentadorias de pessoas de baixa renda e fazer uma migração aos poucos para a capitalização das contribuições nas médias e altas. “É preciso modernizar sem mexer com direitos adquiridos, mas o sistema de contribuição universal em que os que trabalham hoje pagam a aposentadoria dos que se aposentaram ontem não funciona mais pela redução da natalidade.”
Já a administrativa, diz, é a mais complicada justamente porque quem precisa mexer na estrutura são os beneficiados pelo sistema. “Para que ter 70 assessores para um deputado, 17 para um vereador e Câmara de Vereadores em cidades com menos de 2 mil habitantes?”, questiona Carvalho. “Está na lei que não se pode ganhar mais do que o presidente da República, mas criam exceções que fazem com que um desembargador receba dez vezes esse valor. Um Estado desse tamanho não se sustenta.”