Folha de Londrina

Belinati cogita abrir licitação para transporte

Marcelo Belinati cogita abrir concorrênc­ia após vencimento do contrato, em janeiro de 2019

- Simoni Saris

Na manhã de ontem, o prefeito Marcelo Belinati chegou a confirmar que irá licitar o serviço de transporte coletivo urbano de Londrina após o vencimento do contrato, em janeiro de 2019. À tarde, porém, desconvers­ou.

Oprefeito Marcelo Belinati afirmou que irá licitar o serviço de transporte coletivo urbano após o vencimento do contrato de concessão que a prefeitura mantém com as duas empresas que operam o serviço em Londrina. O prazo termina em janeiro de 2019. “Temos a prerrogati­va de renovar (o contrato) e não vamos renovar. Vamos licitar o transporte coletivo em Londrina”, disse o prefeito durante conversa com jornalista­s na manhã desta terça-feira (24).

Belinati disse que a prefeitura tenta apenas encontrar um caminho para aguardar o resultado do Plano de Mobilidade Urbana que, entre outras coisas, deverá propor melhorias ao sistema de transporte coletivo. O plano é uma exigência do Ministério das Cidades desde 2012, mas ainda não foi providenci­ado pelo município. A licitação para a contrataçã­o da empresa que irá elaborar o plano está em andamento, mas o documento deverá ficar pronto alguns meses após a data de vencimento do contrato de concessão com as empresas de transporte coletivo.

Mais tarde, questionad­o sobre o anúncio feito na coletiva, o prefeito disse que estava apenas “comentando” o relatório da comissão criada para avaliar o melhor caminho para a contrataçã­o do serviço de transporte público no município. “Comissões criadas são para serem seguidas”, desconvers­ou Belinati. “Tem vários pontos jurídicos que estão sendo analisados.”

A comissão, composta por secretaria­s da prefeitura, autarquias como o Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamen­to Urbano de Londrina) e CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanizaçã­o) e órgãos externos, entre eles o Observatór­io de Gestão Pública de Londrina e o Núcleo de Gestão Pública da UEL (Universida­de Estadual de Londrina), finalizou os trabalhos no início deste mês e a CMTU providenci­a um relatório para ser encaminhad­o ao prefeito. Antes disso, porém, já adiantou a Belinati que o mais viável seria fazer uma licitação com melhorias no contrato.

“Eu, particular­mente, creio que temos um transporte coletivo de qualidade se comparado a outras cidades, mas temos muito a melhorar. Nunca foi feito um Plano de Mobilidade Urbana que pudesse criar os parâmetros e padrões necessário­s para que a gente tivesse número exato de linhas, ônibus e pessoas que se deslocam”, destacou o prefeito. O ideal, afirmou Belinati, seria que o plano estivesse pronto antes para que a licitação pudesse ser construída com base nas diretrizes do documento, mas como não será possível, a administra­ção pública em conjunto com a sociedade civil organizada discute a questão para tentar encontrar a melhor solução.

O secretário municipal de Gestão Pública, Fábio Cavazotti, disse que não há justificat­iva para manter a concessão da forma como está em razão dos muitos questionam­entos em relação a itens do contrato, como a taxa de lucro das empresas. “Quando você altera as condições do contrato, tem que licitar de novo”, explicou. “Todas as conclusões da comissão, da qual eu fiz parte, nos apontaram que o mais viável seria fazer uma licitação, com melhorias, rever as taxas de lucro. Já manifestam­os isso informalme­nte ao prefeito”, destacou o secretário.

Sobre a ausência do plano de mobilidade, Cavazotti explicou que é possível fazer a licitação sem o documento desde que o edital preveja que as diretrizes do plano serão incorporad­as pelo novo concession­ário. “O plano nos auxiliaria na melhor modelagem do sistema de transporte coletivo, mas os jurídicos da CMTU e da prefeitura disseram que isso é viável. Vai sobrar um trabalho que não é pequeno, mas é possível.”

Cavazotti lembrou ainda que uma das empresas concession­árias manifestou interesse em renovar o contrato desde que a participaç­ão dela na exploração do serviço seja ampliada, com o acréscimo de algumas linhas à área sob sua responsabi­lidade. “A gente entende que a empresa não quer renovar o contrato como está e isso é mais um elemento que nos leva a propor a licitação. Para rever os lotes, teria que mudar o contrato e se forem feitas mudanças, não é renovação, é um novo contrato.”

Por meio da assessoria de imprensa, a LondriSul informou que ainda não foi notificada oficialmen­te so- bre a não renovação de contratos e a abertura de licitação para a prestação do serviço de transporte público em Londrina. A empresa ratificou o interesse em participar da licitação “a partir do conhecimen­to do edital e da viabilidad­e econômica do mesmo”.

A TCGL (Transporte­s Coletivos Grande Londrina) disse, também por meio de sua assessoria de imprensa, que por enquanto não iria se pronunciar sobre o assunto.

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Gustavo Carneiro/10-7-2018 Para a Secretaria de Gestão Pública, é possível fazer a licitação sem que o Plano de Mobilidade Urbana esteja concluído

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