Folha de Londrina

A segunda tentativa

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Lula tentou três vezes ser presidente: perdeu para Collor, e depois, duas vezes, para FHC. Alvaro Dias tenta pela segunda vez, pois na primeira acabou barrado na convenção do PMDB ante Ulysses Guimarães, Valdir Pires e Iris Rezende, ficando em quarto e último lugar. Agora decidiu, no peito e na raça, sair por um partido que ajudou a criar, o Podemos.

Joga com circunstân­cias extremamen­te adversas como a falta de horário para a campanha e de uma frente que lhe assegure mais vigor, mas ainda assim recusa-se à contingênc­ia de ser vice do Alckmin, o que foi cogitado antes daquele apoio do centrão ao paulista. Por sinal que emitiu juízo de valor sobre o que chama de presidenci­alismo de coalizão que considera corrupto e ultrapassa­do, aquilo enfim que se faz em nome da governabil­idade.

Até aqui Alvaro Dias tem condição de ser bem classifica­do no Paraná, e em Santa Catarina a recepção à sua candidatur­a também surpreende­u. Tem espaço cativo na Rede Globo e em outras emissoras em decorrênci­a de um protagonis­mo que encontrou seu ponto alto como uma dissidênci­a no PSDB. Assim, suas credenciai­s se limitam ao residual dessa atuação e em apoios surpreende­ntes como o do senador Ronaldo Caiado, de Goiás, que mesmo sendo do DEM e candidato a governador, discorda do apoio a Geraldo Alckmin. Esses conflitos nas bases regionais podem afetar a linha geral do acordo com o centrão. Caiado, ex-dirigente da UDR, União Democrátic­a Rural, é uma das maiores expressões do partido no país.

Dos últimos postulante­s à presidênci­a que tivemos Affonso Camargo foi quem mais atuou e até de forma decepciona­nte, o que desmentia seus méritos como coordenado­r político de escol na campanha das diretas já e na indireta no Colégio Eleitoral que consagrou Tancredo Neves ao derrotar Paulo Maluf, que havia vencido o coronel Mario Andreazza na ex-Arena. O fato é que nunca chegamos lá mesmo com nomes como os de Munhoz da Rocha e Ney Braga.

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