Folha de Londrina

Filho único, mais dedicação

- Pedro Marconi Reportagem Local

De acordo com a revisão 2018 da Projeção de População do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a), a taxa de fecundidad­e no Paraná é de 1,8 filho por mulher. No entanto, em 2060, cairá para 1,68. O casal Lucas e Noemy Gonçalves, ambos de 23 anos, não irão esperar até lá para ter o primeiro filho, porém não serão exceção nessa estatístic­a. Juntos há sete anos, eles oficializa­ram a união no início de julho. Apesar de começarem recentemen­te a vida de casados, já decidiram que terão apenas um filho.

“Quando se tem apenas um filho ele acaba tendo mais privilégio­s e é possível se dedicar mais. Percebo que acaba tendo até mais amigos próximos. Quero proporcion­ar o melhor a ele e vejo que ter apenas um filho é uma forma de conseguir isso”, justificou Lucas, que trabalha como corretor de seguros. Para Noemy, outros fatores foram levados em conta. “O nível da educação no Brasil não está bom e quero que estude em colégio particular para ter um ensino de qualidade. Tem a questão da saúde, de poder pagar um plano. Com um filho é mais fácil”, considerou.

Com a jovem cursando o segundo ano da faculdade de psicologia, o planejamen­to para ter um bebê é para médio prazo. “Quero terminar a faculdade, que ao todo são cinco anos. Meu desejo é engravidar antes dos 30 anos. Pelo Lucas seria depois dessa idade. Também queremos ter nossa casa e isso antes de poder ter um filho. Tem que ser tudo muito bem pensado e organizado. Se tiver planejamen­to ajuda”, declarou.

Filho único, Lucas usa a própria experiênci­a como reafirmaçã­o da escolha adotada por ele e a esposa. “Nunca quis ter irmão. Sempre tive amigos próximos. Onde estava agregava alguém, então acabei não sentindo falta de ter uma irmão”, relatou.

O casal afirma que não existe cobrança, seja por familiares ou colegas, para que eles tenham filho logo. Caçula de quatro irmãos, Noemy tem na família histórico de gravidez de gêmeos. “Meu irmão tem um menino de quatro anos e ele pediu irmão, já que mora em apartament­o e acaba não convivendo com muitas crianças. Minha cunhada engravidou e descobrira­m que são duas meninas. Que não sejamos os próximos (a ter gêmeos).”

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