Indústria de linha branca lança produtos para superar semestre ruim

A indústria de linha branca, formada por fogões, refrigeradores e lavadoras, teve o pior desempenho no primeiro semestre do ano e registrou crescimento de 2,75%, conforme dados da Eletros. As vendas na linha branca tiveram crescimento de 6%, puxado pelos refrigeradores (13%), diz a GFK. A demanda reprimida é o principal motivo para a produção de linha branca ter crescido pouco, diz José Jorge do Nascimento Junior, presidente da Eletros. “Precisa de capital maior para investir. O consumidor não está se sentindo seguro para adquirir novos produtos.”

“Começamos o primeiro trimestre OK, depois o dólar disparou muito e aumentou muito o preço de insumos. Em maio, que é a segunda melhor data do ano para nós, veio a greve”, contou Luciano Dressel, diretor de Vendas e Marketing para lavadoras da Mueller. De acordo com ele, a abertura de novos clientes, o aumento do portfólio de produtos e os lançamentos são as estratégias para recuperar as vendas.

A marca apresentou na Eletrolar Show, por exemplo, uma lavadora semiautomática para consumidores das classes C e D, que não têm condições de comprar uma automática, e fogões com superfície de vidro, uma alternativa aos cooktops. Devido à forte demanda desses produtos, a empresa disse não ter sentido os efeitos da economia – e da greve dos caminhoneiros – tão intensamente. “Tivemos resultados baixos, mas não trabalhamos no vermelho”, disse Henrique Rodrigues, diretor de vendas e marketing para fogões da Mueller.

LINHA PREMIUM

Na categoria mais “premium” da linha branca, o alto preço do dólar impactou na produção e importação dos produtos, diz Fabiano Pontes, gerente geral de linha branca da LG. A marca levou à Eletrolar Show produtos como a lavadora twin wash, que lava e seca na parte de cima e só lava na parte de baixo; um refrigerador com visor de vidro na parte frontal, para evitar o abre e fecha da porta e o gasto de energia – além de conservar mais os alimentos – e um armário que desodoriza e tira rugas de roupas. A variação cambial elevou os preços de produtos 100% importados da marca e os preços de commodities, como o aço, que compõe os itens do portfólio da empresa, relata Pontes.(M.F.C.)