Trabalho foi feito em 18 meses
O processo de esculpir os 12 apóstolos, Maria, João Batista e Jesus foi trabalhoso e durou 18 meses. Um dos responsáveis pelo trabalho, Luiz Carlos Brazzale, relata que cinco pessoas participaram diretamente do serviço. “Foi feito primeiro o corpo de cada um e depois os membros. A vestimenta e acessórios foram feitos posteriormente com uma técnica própria para dar efeito de movimento à fibra de vidro, permitindo deixar bem próximo do real”, explica.
Brazzale pontua que a técnica é diferente da que é aplicada habitualmente para esculpir imagens sacras. “Na escultura de barro tiramos a forma junto e a roupa acaba ficando ‘chapada’ na própria peça”, exemplifica. As esculturas da capela da zona sul de Londrina ainda receberam uma pintura que dá a sensação de que seu material é o mármore.
Conhecedor das imagens da Basílica de São João de Latrão, o escultor usou como base fotos registradas por ele quando visitou o local durante viagens. “Normalmente procuramos fazer as esculturas por meio de pequenas réplicas ou fotos. Neste caso nos deixaram livres para escupirmos do jeito que avaliássemos que ficasse bom. Foi sugerido que fosse uma réplica da basílica. Imprimi as fotos que tinha e reproduzimos inspirados no que está lá. É uma cópia bem fiel”, garante um dos proprietários da Pietá, empresa especializada neste tipo de trabalho.
Para poder elaborar os objetos que acompanham as imagens dos apóstolos, foi feita uma pesquisa do significado de cada instrumento. “A Maria retratada, que é a Mãe da Divina Providência, tinha uma tela como base e apenas do dorso. Reproduzimos a parte de cima e o restante acompanhamos o movimento de uma mulher vestida da época. No caso de Jesus, procuramos dar movimento até nos cabelos para remeter o sentido de ressurreição”, descreve Luiz Brazzale, que também foi um dos autores da restauração da imagem do Sagrado Coração de Jesus da Catedral de Londrina.
“Procuramos dar movimento até nos cabelos para remeter o sentido de ressurreição”