Projeção para o mercado internacional
Com a crescente presença de indústrias do setor de saúde, Londrina aposta cada vez mais em exportações de produtos e tecnologias
OParaná é o terceiro colocado em exportações industriais do Brasil, com o movimento de mais de US$ 9 milhões no ano passado, segundo dados da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Essa potencialidade aliada ao reconhecimento como polo de saúde, projeta Londrina cada vez mais no cenário internacional. Um levantamento do Sebrae em parceria com a Fundação Certi aponta a existência de 77 empresas fornecedoras de produtos e tecnologias em saúde na cidade.
Os números de comércio exterior apresentados pela Abimo (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios) mostram que, em 2017, as exportações em produtos no setor ultrapassaram US$ 743 milhões em todo o País.
Em Londrina, os instrumentos e aparelhos para medicina, cirurgia, odontologia e veterinária representaram 0,04% dos produtos exportados, movimentando mais de US$ 455 mil, entre janeiro e dezembro de 2017. Os dados são do Perfil de Londrina divulgados pela Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Tecnologia.
“O Paraná hoje é um Estado que segue investindo em produtos, capacitação e pessoal, em busca de novos mercados, apesar da situação política e econômica do País. E Londrina é muito forte na área da saúde”, observa José Carlos Gehr, diretor administrativo e financeiro da Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná.
Gehr coordena os núcleos do Peiex (Programa de Qualificação para Exportação) em todo o Estado, e diz que a região metropolitana de Londrina superou a meta de empresas atendidas pelo programa. “Nos últimos dois anos, atendemos 221 empresas na região de Londrina e os núcleos hoje, têm um retorno de 13% a 16%, isto é, empresas que nunca exportaram ou não tinham intenção de exportar, entraram no mercado externo após a capacitação”, explica.
PARCERIA
O Peiex é fruto de uma parceria firmada em 2009 entre a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e a Fundação Araucária. Por meio de ações de extensão industrial exportadora, o programa que é realizado a cada dois anos, tem como objetivo estimular a competitividade e promover a cultura exportadora nas empresas, ampliando os mercados para as indústrias iniciantes em comércio exterior.
Londrina foi o primeiro dos cinco municípios paranaenses a oferecer esse suporte. De acordo com Paulo Bombassaro, coordenador local do Peiex, já foram realizados 1431 atendimentos em Londrina e 157 empresas despertaram para exportação. No último ciclo, encerrado em junho, três empresas participantes atuam na área da saúde.
Os sócios-proprietários da HS Tecnology em Londrina, Tiago Pereira e Thiago Perales, participaram do programa há cerca de seis anos. A empresa já exportou equipamentos de confecção de palmilhas para países da Europa (França, Portugal e Espanha) e agora se prepara para atuar com força no mercado internacional.
“Há seis anos estamos desenvolvendo um sistema (hardware e software) para uma plataforma de baropodometria. O equipamento faz a medição da distribuição da pressão plantar e já despertou a atenção internacional. Vamos começar a exportar ainda neste ano”, comenta Pereira.
Os empreendedores são formados em engenharia elétrica e fundaram a empresa pela Intuel (Incubadora Internacional de Empresas de Base Tecnológica da Universidade Estadual de Londrina). Segundo Pereira, o “Baroscan” se revelou como um produto altamente competitivo e ingressará também em mercados fabricantes, como Alemanha, França, Inglaterra, Itália e Espanha. “Já temos players interessados no nosso produto, dentro e fora do Brasil. A meta para 2019 é que as vendas com as exportações representem pelo menos 25% do faturamento total da empresa”, aponta.
O produto tecnológico é direcionado a médicos, profissionais da área da saúde, laboratórios de biomecânica, entidades esportivas, entre outros.