Inteligência artificial a serviço da saúde
Médicos e profissionais da TI elaboram interfaces capazes de trabalhar dados que se antecipam ao desenvolvimento de doenças, ampliam o acesso à orientação e trazem mais precisão do diagnóstico à padronização dos serviços
Curitiba
- Humanamente impossível e tecnologicamente viável. Talvez esse seja o denominador comum que aproxima profissionais de TI (Tecnologia da Informação) da área médica na construção de um ecossistema produtivo e inovador na região Norte. O modelo insere as empresas no protagonismo da saúde 4.0, abrindo um caminho de oportunidades para negócios arrojados. Essa aproximação é puxada por indutores de desenvolvimento que, nesse caso, atendem por Sebrae-PR (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Paraná), grupo de governança Salus (Saúde Londrina União Setorial) e AML (Associação Médica de Londrina).
Na velocidade das transformações 4.0, os caminhos encontrados pelas empresas do polo de saúde de Londrina chama atenção pela ousadia em resolver demandas inerentes a saúde em qualquer lugar do mundo. O médico angiologista e cirurgião vascular Rogério Sakuma, um dos cinco sócios da startup MedMobi, elucida bem o resultado positivo para as soluções de problemas da saúde a partir do entendimento de que a atuação profissional da medicina seria mais efetiva e com um alcance muito maior ao se unir dos profissionais de TI. “O sistema MedMobi consegue viabilizar algo que todo profissional aprende no curso de olhar o paciente como um todo e não em parte, mas que na prática não se concretiza, uma vez que qualquer doença crônica, como por exemplo a diabetes, envolve uma equipe multidisciplinar que da maneira tradicional não conta com algo capaz de gerenciar todas as informações daquele paciente em um único lugar, integrando todos os exames laboratoriais e gerando alertas inclusive para enfermidades ainda não desenvolvidas”, afirma. “A tecnologia passa a ser ferramenta de promoção de saúde, uma vez que antecipa o problema e traz dados para agir preventivamente”, acredita.
A ferramenta permite controle e análise do paciente, com o registro de informações e históricos clínicos e gera os alertas mesmo para pacientes sem doença crônica instalada, mas com hábitos de vida que vão na contramão da qualidade de vida. “É uma solução que atende toda a cadeia, de planos de saúde, a seguradoras, serviços de assistência social, empresas públicas e privadas, além de médicos e profissionais de saúde”, explica. “O gerenciamento garante economia, efetividade na promoção de saúde e maior acesso ao atendimento médico, que hoje ainda não é autorizado pelo CRM, que só permite orientação, mas é uma tendência até para evitar deslocamentos ou ausência de assistência em comunidades pobre ou distantes de grandes centros”, acrescenta. De acordo com o Sakuma, um plano de saúde com uma carteira de 200 mil usuários, por exemplo, consegue uma economia de 30% ao mês fazendo uso do gerenciamento viabilizado pelo sistema MedMobi.
PACIENTE VIRTUAL
O treinamento do atendimento médico também conta com a ousadia de médicos empreendedores, no caso três cardiologistas, interessados na capacitação dos profissionais “a partir do resgate dos valores tradicionais da Medicina”.