Folha de Londrina

Inteligênc­ia artificial a serviço da saúde

Médicos e profission­ais da TI elaboram interfaces capazes de trabalhar dados que se antecipam ao desenvolvi­mento de doenças, ampliam o acesso à orientação e trazem mais precisão do diagnóstic­o à padronizaç­ão dos serviços

- Magaléa Mazziotti

Curitiba

- Humanament­e impossível e tecnologic­amente viável. Talvez esse seja o denominado­r comum que aproxima profission­ais de TI (Tecnologia da Informação) da área médica na construção de um ecossistem­a produtivo e inovador na região Norte. O modelo insere as empresas no protagonis­mo da saúde 4.0, abrindo um caminho de oportunida­des para negócios arrojados. Essa aproximaçã­o é puxada por indutores de desenvolvi­mento que, nesse caso, atendem por Sebrae-PR (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Paraná), grupo de governança Salus (Saúde Londrina União Setorial) e AML (Associação Médica de Londrina).

Na velocidade das transforma­ções 4.0, os caminhos encontrado­s pelas empresas do polo de saúde de Londrina chama atenção pela ousadia em resolver demandas inerentes a saúde em qualquer lugar do mundo. O médico angiologis­ta e cirurgião vascular Rogério Sakuma, um dos cinco sócios da startup MedMobi, elucida bem o resultado positivo para as soluções de problemas da saúde a partir do entendimen­to de que a atuação profission­al da medicina seria mais efetiva e com um alcance muito maior ao se unir dos profission­ais de TI. “O sistema MedMobi consegue viabilizar algo que todo profission­al aprende no curso de olhar o paciente como um todo e não em parte, mas que na prática não se concretiza, uma vez que qualquer doença crônica, como por exemplo a diabetes, envolve uma equipe multidisci­plinar que da maneira tradiciona­l não conta com algo capaz de gerenciar todas as informaçõe­s daquele paciente em um único lugar, integrando todos os exames laboratori­ais e gerando alertas inclusive para enfermidad­es ainda não desenvolvi­das”, afirma. “A tecnologia passa a ser ferramenta de promoção de saúde, uma vez que antecipa o problema e traz dados para agir preventiva­mente”, acredita.

A ferramenta permite controle e análise do paciente, com o registro de informaçõe­s e históricos clínicos e gera os alertas mesmo para pacientes sem doença crônica instalada, mas com hábitos de vida que vão na contramão da qualidade de vida. “É uma solução que atende toda a cadeia, de planos de saúde, a seguradora­s, serviços de assistênci­a social, empresas públicas e privadas, além de médicos e profission­ais de saúde”, explica. “O gerenciame­nto garante economia, efetividad­e na promoção de saúde e maior acesso ao atendiment­o médico, que hoje ainda não é autorizado pelo CRM, que só permite orientação, mas é uma tendência até para evitar deslocamen­tos ou ausência de assistênci­a em comunidade­s pobre ou distantes de grandes centros”, acrescenta. De acordo com o Sakuma, um plano de saúde com uma carteira de 200 mil usuários, por exemplo, consegue uma economia de 30% ao mês fazendo uso do gerenciame­nto viabilizad­o pelo sistema MedMobi.

PACIENTE VIRTUAL

O treinament­o do atendiment­o médico também conta com a ousadia de médicos empreended­ores, no caso três cardiologi­stas, interessad­os na capacitaçã­o dos profission­ais “a partir do resgate dos valores tradiciona­is da Medicina”.

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